Fornecedoras da Dell violam os direitos dos trabalhadores em suas fábricas na China, conforme denunciou nesta sexta-feira, 8, um relatório da organização não governamental de defesa dos direitos dos trabalhadores China Labor Watch. Segundo o documento, as empresas praticam uma série de infrações trabalhistas em quatro fábricas chinesas. Elas são acusadas de explorar os operários, forçando-os a trabalhar até 74 horas por semana, com remuneração bem abaixo do salário mínimo chinês, além de empregar trabalhadores menores de idade, em fábricas instaladas nas províncias de Guangdong e Jiangsu.
As acusações feitas pela DanWatch, empresa dinamarquesa sem fins lucrativos que monitora a responsabilidade social corporativa em empresas, foram divulgadas em relatório obtido pelo portal de notícias The Verge, parte de uma investigação secreta conjunta com a China Labor Watch. "Nossa pesquisa mostra que as condições de fornecedores da Dell violam a legislação trabalhista chinesa, bem como a própria política da Dell", declarou um representante da DanWatch em comunicado nesta semana.
O inquérito abrangeu quatro fábricas que fabricam componentes de PCs da Dell, Asus, HP, Microsoft e Samsung, embora a DanWatch tenha centrado a sua atenção na Dell, já que a fabricante fornece computadores para o governo dinamarquês. Ainda de acordo com o relatório, os trabalhadores nestas fábricas eram regularmente expostos a vapores tóxicos.
Ao ser informada do relatório, a Dell disse que já havia auditado três dos quatro locais, e que iria investigar quaisquer questões pendentes descobertas pelos defensores de direitos trabalhistas. "Temos efetuado planos de ação corretivos em cada fornecedor citado e mantido reuniões regulares para garantir os resultados planejados", afirmou Trisa Thopmson, vice-presidente de Responsabilidade Corporativa da Dell.