No começo deste ano, a Microsoft e a ONG Generation Brasil firmaram parceria para oferecer capacitação em tecnologia para jovens de 18 a 30 anos com ensino médio completo. Três meses após a conclusão do curso 56% dos estudantes, dos 36 alunos que participaram da iniciativa, conseguiram uma vaga no mercado de trabalho. O impacto social trazido pela rápida empregabilidade pode ser constatado no depoimento dos alunos, que relatam também aumento da autoestima.
Alinhado a missão de promover educação, diversidade e empregabilidade no mercado de tecnologia, o projeto ofereceu curso de formação de programação em .Net. Durante três meses os jovens aprenderam novas habilidades técnicas, além de desenvolverem capacidades socioemocionais, como proatividade, trabalho em equipe e comunicação. Os alunos fizeram o curso a fim de aprender uma profissão, ou realizar uma transição de carreira. No total, a turma teve 42% de alunas mulheres, 52% de pessoas pretas e pardas e 19% de pessoas LGBTQIA+.
"A Microsoft está comprometida em ampliar o acesso à educação pela população brasileira, em especial para aqueles que fazem parte de grupos sub-representados. Em um país onde temos mais de 10 milhões de desempregados, a crescente demanda por profissionais de tecnologia representa uma enorme oportunidade para os que estão em busca de uma colocação profissional. Com esta iniciativa em conjunto com a ONG Generation Brasil, nós também endereçamos a necessidade de trazermos mais diversidade para o ambiente de tecnologia que é majoritariamente masculino", comenta Lúcia Rodrigues, líder de Filantropia para a Microsoft Brasil.
Três meses após a conclusão do curso mais da metade dos alunos já ingressaram no mercado de trabalho em empresas como Itaú, Porto Seguro e NovaHaus. Aprender uma nova profissão e entrar no mercado de trabalho significa também uma melhora na qualidade de vida por meio do aumento da renda e na abertura de novas oportunidades. Um exemplo é Julio César Conceição, de 18 anos, um dos alunos contratados como Programador Jr. 1 na empresa NovaHaus. Segundo ele, o novo emprego mudou suas expectativas, tanto profissionais quanto pessoais e, até mesmo, acadêmicas.
"Posso iniciar a estruturação da minha vida e sinto que fico cada vez mais próximo de me tornar um profissional de destaque". O jovem que, até então, contava com os pais para cobrir todas as suas despesas, não esconde a satisfação quando recebeu o primeiro salário: "foi um momento histórico em que eu paguei minha primeira conta", celebrou o programador.
Para Letícia Zimerer, 23 anos, contratada pela JCM Consultores como desenvolvedora Junior, o curso e novo emprego representam uma prova da sua capacidade. Com diploma universitário em uma área diferente da tecnologia, Letícia conseguiu fazer uma transição de carreira e hoje atua na equipe que desenvolve um novo Sistema de Avaliação de Riscos da JCM. "Este emprego fez com que eu acreditasse mais em mim e na minha capacidade. Além de ajudar financeiramente nos gastos de casa, percebi que minha família sente mais orgulho de mim", afirma a jovem programadora.
Letícia Zimerer acredita que "infelizmente, a presença da mulher ainda é escassa no mercado de tecnologia, pois não são todas as empresas que têm essa cultura de respeito com todos os gêneros". Ela destaca a acolhida que teve na JCM Consultores: "Mesmo sendo minoria, sempre fui respeitada e em nenhum momento me senti diminuída. Quero continuar a crescer profissionalmente e pessoalmente e inspirar outras mulheres a entrarem na área de tecnologia", destacou.
Empregabilidade e futuro digital do Brasil
Índices divulgados em outubro de 2022 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), apontam que o Brasil, entre 45 países avaliados, é o segundo com a maior proporção de jovens entre 18 e 24 anos que não conseguem nem emprego nem continuar os estudos: 35,9%. Desses, 5,1% se encontram nessa situação há mais de um ano. De acordo com a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), a expectativa é que até 2025 exista uma demanda por 797 mil novos talentos para este segmento. Esta tendência é visível: até abril de 2021 foram gerados 69 mil empregos na área, contra 59 mil em todo o ano de 2020.
Adriana Carvalho, CEO da Generation Brasil, destaca que cerca de 80% dos quase 2.000 formados pela organização desde 2019 foram inseridos no mercado de trabalho no prazo de seis meses após a conclusão das capacitações que participaram. Desses, aproximadamente 87% continuam no emprego após um ano da contratação.
"Diversas oportunidades de trabalho não estão ao alcance de muitos jovens, em especial, em situação de vulnerabilidade econômica e social, devido, principalmente, à falta de qualificação profissional. Nesse cenário ocorre a atuação da Generation Brasil, que oferece um programa de formação para o emprego. Além da alta qualidade das competências técnicas e comportamentais, que a Generation utiliza, a parceria com empresas é fundamental. Ter a Microsoft, referência no mercado de tecnologia, como parceira global é sinônimo de sucesso para a entidade e para os nossos jovens", afirma Adriana.