A crise financeira global, que vem aterrorizando gestores de todo o mundo desde o último mês de setembro, já é sinônimo de oportunidade de novos negócios para alguns segmentos. A EDS, gigante mundial em terceirização, adquirida em maio pela HP, é uma das empresas que começa a se beneficiar da situação.
Segundo o vice-presidente da subsidiária brasileira da companhia, Nelson Patricio Reis, o número de consultas sobre serviços de outsourcing aumentou consideravelmente desde a eclosão da crise, há cerca de três meses. "Já sentimos um aquecimento do mercado de outsourcing. Isso porque, em épocas difíceis como essa, as empresas tendem a evitar ou minimizar os investimentos em hardware e software, sem falar dos cultos ocultos do processo, preferindo assim terceirizar tais serviços, o que, para as contratantes, costuma gerar redução de custos e mais qualidade nos procedimentos", explica o executivo.
Seguindo esse raciocínio, a virtualização é outro serviço com grande probabilidade de aumento de demanda.
Mais um bom motivo para que os gestores invistam em outsourcing, principalmente em períodos conturbados é, segundo Reis, o ganho de tempo para se dedicar ao core business da empresa. "Estamos iniciando um trabalho de conscientização dos CIOs, que devem entender que, optando pelo modelo de outsourcing ou de virtualização, é possível se dedicar mais à questões estratégicas, às decisões do negócio, trunfos fundamentais em meio a uma crise".
Questionado sobre a compra da EDS pela HP, o vice-presidente afirma que pouca coisa mudou nos processos da companhia no Brasil. Para Reis, a união garantiu musculatura financeira à EDS, que passou a ter mais competitividade ante às concorrentes. A estratégia adotada pela HP ao abordar novos clientes é, em princípio, analisar as demandas e necessidades da empresa para, dessa forma, ofertar as soluções existentes em seu portfólio que melhor atendem a tais requisitos, incluindo-se aí os serviços de outsourcing da EDS. "Nossos clientes, antigos e novos, continuam sendo atendidos e suportados diretamente por nós", explicou o executivo da EDS.