A FICO apresenta o estudo "Pesquisa do Consumidor 2022 – Fraude, identidade e banco digital", que traz um panorama sobre como o brasileiro enxerga e avalia as ações das instituições financeiras para mitigar riscos. A pesquisa foi realizada com 14.000 consumidores em 14 países, entre eles Brasil, EUA, Canadá, Reino Unido, África do Sul, Alemanha, Suécia, Indonésia, Filipinas, Malásia, Tailândia, Colômbia, Peru e México.
Entre os pontos de destaque está o dado em que cerca de 3,8% dos brasileiros entrevistados afirmam ter tido a identidade roubada por um criminoso, em números absolutos, isso soma mais de 6 milhões de vítimas.
O executivo Fabricio Ikeda, diretor global de Fraude e Compliance da área de parcerias da FICO, reforça que em relação à última pesquisa realizada pela FICO, os índices de abertura de contas realizadas por criminosos com identidades roubadas diminuíram. "Em comparação a pesquisa realizada em 2021, houve uma queda de 4,4% no uso de identidades roubadas, um avanço para as instituições que, cada vez mais, utilizam da inteligência artificial e das plataformas decisionais para combater a prática. Contudo, o impacto dessas 6 milhões de vítimas para o mercado é algo ainda bastante considerável", diz.
O recorte brasileiro ainda revela que cerca de 7% das pessoas que participaram da pesquisa acreditam que é provável que já tenham tido a identidade utilizada de maneira equivocada e 10% dizem que é possível. Um tópico que chama a atenção é a respeito da verificação de identidade para prevenção de lavagem de dinheiro. Dentre os 14 países pesquisados, o Brasil é o que apresenta menor índice de relevância com esse quesito. Apenas 21% dos entrevistados fazem essa relação entre verificação de identidade, fraude e lavagem de dinheiro. No mundo, o índice é de 40%.
Verificação de identidade pelos motivos certos
Quando perguntado aos brasileiros sobre os processos das instituições financeiras para checagem de dados e combate à fraude, 74% dizem que o processo de verificação é legítimo e serve para proteger contra compras ilícitas, enquanto 70% afirmam que é para proteger as organizações. Uma pequena parcela, apenas 11%, acredita que a verificação é na verdade uma "manobra" da organização financeira para vender mais ao cliente.
Proteção contra fraudes é usada para atrair novos clientes
O estudo traz também um panorama de como o consumidor se sente ao abrir uma conta bancária. Cerca de 39% dos entrevistados afirmam que uma boa política de prevenção de fraudes é fator determinante para abertura de novas contas e extensão de relacionamento. Outro ponto evidenciado é que 65% dos brasileiros estão mais confiantes nos processos de abertura de contas digitais do que há um ano, em contrapartida, também é o público mais exigentes em relação à simplificação de processos.
"Temos um público assíduo de canais digitais no Brasil. Mas, no passado, houve uma insegurança do usuário em compartilhar as informações de forma on-line para abertura de conta. Com o avanço do Open Finance e do próprio PIX, algumas barreiras foram rompidas e hoje temos um cenário mais consolidado. Contudo, o consumidor é também bastante exigente, por isso, praticidade e simplicidade tanto para o processo de abertura de conta como o de validação de identidade para compras legítimas", ressalta Ikeda.
A biometria é o método de autenticação mais usado pelo brasileiro com 48% da preferência, um índice bastante superior quando comparado ao resultado global, que registra 36% de uso. Já o reconhecimento facial e por íris estão logo atrás com 37% e 31%, respectivamente.
De fato, os números indicam o brasileiro menos paciente com processos do que em outros países. 35% das pessoas entrevistadas abandonariam a abertura de conta no caso de uma verificação digital muito complexa. Nos outros países pesquisados esse índice não ultrapassa os 28%. Outros 34% afirmaram que reduziram o uso do cartão de crédito ou conta bancária devido ao processo difícil ou demorado para provar que a compra é legítima. Um ponto de atenção para o varejo brasileiro.
Fraudes pessoais aumentam chances de inadimplência
O brasileiro, para conseguir mais crédito, está mais propenso a inflar
informações de renda, conhecida como fraude em primeira pessoa ou auto fraude. Para 41% dos respondentes do estudo, manipular essas informações é considerado aceitável ou normal, um índice que pode sinalizar a médio e longo prazo um desequilíbrio para honrar e pagar os compromissos assumidos.
"Há uma maturidade clara do setor que tem acompanhado de forma bastante ágil a jornada de consumo do cliente. As tecnologias estão sendo aprimoradas para, cada vez mais, reduzir riscos ao cliente e perdas para as empresas. A fraude de biometria comportamental é um exemplo dessa evolução em que, com o uso da plataforma e do cruzamento das variáveis é possível identificar movimentos suspeitos a partir de dados e não de transações. Um caminho contínuo de aprendizado e refinamento", finaliza Ikeda.