O ambicioso projeto de conectar os países latino-americanos por meio de uma rede de fibra óptica em banda larga teve um importante capítulo nesta quinta-feira, 9, em reunião realizada no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu, Paraná. Um grupo de trabalho foi formado e a cooperação técnica entre instituições pretende fazer a interconexão imediata entre Brasil, Argentina e Paraguai e levar a internet aos setores com menor acesso e recursos econômicos.
O grupo de trabalho foi formado entre o Ministério das Comunicações, Telebras, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Itaipu Binacional, PTI-Brasil, PTI-Paraguai, Parque Tecnológico de Misiones, e a Empresa Provincial de Telecomunicaciones Marandú, da Argentina. A articulação para alinhar o projeto com os protocolos assinados entre Brasil e Argentina e os recentes acordos com a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) ficará a caro do Ministério das Comunicações.
Segundo a secretária de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, Lygia Pupatto, esse projeto é de grande interesse do governo federal, que já conta com o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). “Algumas instituições envolvidas já têm seus projetos de fibra óptica e banda larga individualmente. O nosso desafio é fazer esse arranjo, discutir a parte técnica, desenhar um mapa de atuação, evoluir nisso e aplicar investimentos”, destacou.
A Telebras, que dentro do PNBL, tem a missão de implementar a rede privativa de comunicação da administração pública federal, apoiar e suportar políticas públicas em banda larga, além de prover infraestrutura e redes de suporte a serviços de telecomunicações, também manifestou apoio ao projeto de interconexão. “A Telebras vai colocar, imediatamente, nossos engenheiros para realizar estudos de conexão da fibra óptica e iluminar essa rede até Foz do Iguaçu”, garantiu Erivan F. Paiva, gerente de Planejamento Empresarial da Telebras.
Já o PTI-Brasil e PTI-Paraguai pretendem articular na região a formação de uma grande rede metropolitana interligando o Brasil, Argentina e Paraguai. Essas tecnologias associadas serão desenvolvidas de forma cooperadas e o PTI será o ponto de conexão internacional deste sistema, incluindo tráfego de dados acadêmicos e da internet comercial. “A fibra óptica vai ser a água que vai matar a sede do conhecimento. Será uma grande revolução”, acredita Juan Carlos Sotuyo, diretor superintende do PTI-BR.
Para a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, trazer conexão de fibra óptica para Foz se justifica pela meta de trabalho de atender a todas as instituições públicas do Brasil até 2014. “Foz é uma cidade que priorizamos, pois temos que atender a Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) e, também, o IFPR (Instituto Federal do Paraná)”, completou Eduardo Grizendi, gerente de planejamento empresarial da RNEP.
As equipes voltam a se reunir dentro de dois meses para uma nova rodada de negociações e definição das metas de trabalho. O encontro deve acontecer, novamente, no Parque Tecnológico Itaipu.