Operação-padrão da Receita Federal afeta produção do setor eletroeletrônico

0

A operação-padrão dos auditores fiscais da Receita Federal, iniciada em 24 dezembro de 2021, já está causando paralisações na produção da indústria eletroeletrônica. Uma recente sondagem realizada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), entre 28 de janeiro e 7 de fevereiro, indica que 31% das empresas já relatam algum tipo de interrupção em suas linhas de produção em razão da falta de insumos e o aumento dos custos de importação. Na pesquisa anterior, que compreendia o período até o dia 18 de janeiro, nenhuma empresa havia indicado paradas na produção.

A operação-padrão, também conhecida como operação tartaruga, é uma fiscalização mais rigorosa da Receita Federal em documentos e mercadorias na alfândega. Essa iniciativa atrasa a importação e exportação de produtos, o que pode afetar a economia. A operação-padrão foi a forma que os servidores encontraram para pressionar o governo federal a conceder aumento salarial, já que isso foi prometido a agentes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

Ainda segundo o levantamento da Abinee, subiu de 35% para 55% o total de entrevistadas que enfrentam algum tipo de dificuldade, como atrasos na liberação de mercadorias e cargas e/ou no recebimento de produtos. Como consequência, além dos atrasos na produção, relatado por 41% das entrevistadas, as empresas sofrem o atraso nos prazos de entrega de produtos (43%), com o aumento de custos de importação (36%), com custos adicionais de armazenagem (41%), entre outros problemas.

"Estamos com seríssimos problemas de desembaraço, as cargas ficam paradas, aumentando custos de armazenagem produção", afirma o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Segundo ele, essa situação pode resultar em falta de produtos e até aumentos nos preços. "Há necessidade de se tomar uma providência urgente, do contrário, tudo isso vai pesar no bolso do consumidor."

Problemas na exportação

Além disso, a última sondagem da Abinee também identificou pela primeira vez problemas nas exportações de produtos, que já são indicados por 18% das empresas, impactadas pela demora nas operações de embarque e no desembaraço de mercadorias. As empresas também citaram atrasos na entrega de mercadorias aos clientes (10%) e custos adicionais associados à armazenagem e na movimentação de cargas (9%).

Barbato ressalta que a Abinee vem acompanhando o problema com muita preocupação e está atuando junto aos órgãos do Executivo, solicitando providências no sentido de normalizar a tramitação dos despachos aduaneiros, além de avaliar com as empresas associadas a possibilidade de eventuais ações judiciais.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.