A Telecomunicações de São Paulo S/A (Telesp), denominação comercial da Telefônica, informou à CVM nesta quinta, 9/3, que fez a incorporação da Telefônica Empresas, atualmente subsidiária integral da Telefônica Data Brasil Holding S/A.
Os motivos principais alegados são a questão fiscal, com a bi-tributação, além de liquidez de ações, sinergia e busca de eficiência.
A Telefônica Empresas tem cerca de 1,5 mil clientes corporativos, que passam a ser atendidos pela Telesp. Fontes da companhia informaram que já circula um programa de demissão involuntária (PDI), que beneficiaria principalmente funcionários antigos e que estão próximos da aposentadoria.
A incorporação poderá eliminar cargos e funções duplicadas, com centenas de demissões, segundo essas fontes, o que não pôde ser confirmado junto à empresa. O anúncio já deveria ter sido feito ao mercado no início da semana, mas teria sido adiado devido aos trâmites legais.
De acordo com o fato relevante, tanto a Telesp quanto a T-Empresas têm licenças de SCM (serviço de comunicação multimídia). Na Telesp, o serviço é prestado pela A. Telecom. Como os ativos de SCM da T-Empresas serão transferidos para a Telesp, o próximo passo será incorporar também a A. Telecom pela T-Empresas ou vice-versa, em uma só subsidiária da Telesp para explorar SCM.
A Telefônica Data, cujo ativo principal é a participação de 100% no capital social da T-Empresas, será extinta. Os acionistas receberão ações ordinárias, preferenciais e american depositary receipts (ADRs).
No último balanço da Telefónica de España, no capítulo Telefónica América, a Telefónica Empresas Brasil é apontada como ?a operação de maior tamanho do grupo em termos de receitas e Ebitda (caixa operacional)?. Ainda segundo o balanço, ?as receitas da T-Empresas Brasil, em 2005, alcançaram 245,9 milhões de euros, com crescimento de 19% em relação a 2004?. Em reais, o crescimento no período foi de 66,8%, para R$ 170,6 milhões.
O Ebitda acumulado foi de 58,7 milhões de euros, com elevação de 47,4%. A margem Ebitda no acumulado até dezembro de 2005 atingiu 23,1%, o que representa crescimento de 6,3 pontos percentuais, de acordo com o balanço da T-Empresas no Brasil, ?demonstrando uma melhoria nos principais indicadores e índices da empresa, além do crescimento do negócio e da eficiente execução de um plano de redução de custos?. A margem Ebitda atingiu R$ 41,4 milhões no quarto trimestre do ano ante R$ 43,8 milhões no trimestre anterior.
Além disso, a T-Empresas Brasil passou de um prejuízo de R$ 21,4 milhões em 2004 para um lucro de R$ 10,9 milhões em 2005.
Roberto Medeiros, que presidia a T-Empresas Brasil, passa a ser o vice-presidente do segmento empresas na Telesp.
Aliás, a companhia já havia informado à CVM, na manhã desta quinta, a reestruturação dos cargos de vice-presidentes e diretores na própria Telesp.