Desde 2020, a transformação digital no setor de varejo vem crescendo diante da mudança repentina dos consumidores, que passaram a adotar as compras digitais ou sem contato em decorrência da pandemia de Covid-19. Diante desse novo comportamento, os varejistas acabaram tendo que se esforçar para acomodar essas mudanças aos requisitos de TI, e alguns saíram de cena por não conseguirem se ajustar. Esses exemplos reforçam o conceito de que o sucesso na transformação digital depende de uma infraestrutura básica que consiga interconectar rapidamente tecnologias existentes às novas para atender às necessidades mutáveis dos clientes.
Os varejistas que quiserem acelerar seu processo de transformação digital terão de usar uma arquitetura de rede flexível e vendor-neutral. Acredito que a transformação digital para varejistas começa com a implantação de infraestrutura, troca de tráfego e hubs de interconexão (conexão direta entre duas partes) de ponta em locais estratégicos para aumentar a vantagem digital.
A transformação do setor varejista
No novo mundo pós-Covid, os varejistas querem usar a transformação digital para proporcionar uma experiência de usuário ideal, com uma transição perfeita nos mais variados canais de compra. Nesses novos casos de uso, é cada vez mais importante mesclar dados do cliente com visibilidade em tempo real do status da cadeia de produção e do estoque disponível.
Para que esse tipo de resposta imediata seja possível, a infraestrutura digital deve ter agilidade para absorver picos no tráfego de rede que não são apenas sazonais, mas de longo prazo e cada vez maiores. As lojas físicas tradicionais que contam com centenas de unidades e usam apenas um data center para abrigar todos os dados da empresa percebem que esse modelo de infraestrutura não funciona mais. Com o crescimento atual no tráfego, esse tipo de arquitetura de rede cria problemas de latência, afeta negativamente o desempenho das aplicações e, consequentemente, a experiência do usuário.
O segredo para se tornar um varejista ágil é ter acesso rápido a redes distribuídas e processamento/análise de dados do consumidor na edge. Em outras palavras, em vez de armazenar os dados em um só local, o processamento deve ocorrer onde os clientes estão. Levar o fluxo de tráfego e as aplicações para a edge oferece benefícios em termos de custo e desempenho. Além disso, os varejistas precisam de Interconexão direta e segura com vários parceiros do ecossistema de negócios para a troca de tráfego de aplicações e para gerar valor para os clientes.
Rede de supermercados agiliza transformação digital
No setor de varejo, temos o excelente exemplo de transformação de uma rede de supermercados com mais de 28 marcas que, para melhorar a experiência dos clientes nas compras online e nas lojas, embarcou na transformação digital de sua infraestrutura de TI. Durante a pandemia, a rede também precisou melhorar os serviços de compras online e entrega em domicílio. Para isso, fundiu dois projetos essenciais de unificação e otimização de sua infraestrutura de rede e operações em todas as marcas. Para capturar e analisar melhor as interações dos clientes e transformar a experiência de compra, mais de 1.500 aplicações foram transferidas para a cloud.
A rede MPLS legada do varejista foi substituída por uma SD-WAN, conectando suas mais de 2.200 lojas de varejo via hubs de interconexão distribuídos regionalmente. O varejista aumentou a capacidade de interconexão de rede, internet e cloud, não se limitando a fornecedores únicos. Em seguida, transferiu mais de 50% de suas aplicações para os melhores provedores de cloud/SaaS, permitindo agilidade e uma experiência de usuário consistente em todas as suas marcas e lojas.
A solução reuniu todas as marcas do varejista em uma rede unificada, que otimizou e simplificou as operações e a integração das lojas, aumentou a capacidade de largura de banda para maior desempenho e confiabilidade, e reduziu os custos gerais de infraestrutura de rede e TI.
Negócios orientados por dados
O grupo de lojas de departamentos WingOn é um dos mais antigos varejistas de Hong Kong, atendendo a cidade há mais de 110 anos. A Wing On precisava criar uma digital edge e queria agilizar sua transformação usando um modelo de cloud híbrida. Eles conseguiram aumentar significativamente a disponibilidade e reduzir a latência de suas aplicações locais e em cloud, proporcionando uma melhor experiência ao cliente, com uma economia geral de custos de mais de 60% graças a uma abordagem multicloud híbrida.
Casos de uso como esses mostram como os varejistas podem construir e interconectar a infraestrutura, troca de tráfego e pontos na edge para acelerar a transformação digital e acomodar diferentes necessidades dos clientes.
Kyle Chien, gerente sênior de Segment Marketing da Equinix.