UX Design em Startups: por que é essencial para a jornada de sucesso?

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Em um cenário onde startups precisam validar rapidamente suas soluções e operar com orçamentos enxutos, o UX Design tem se tornado um dos principais fatores para o sucesso ou fracasso de um produto digital. Além de garantir uma experiência fluida para o usuário, uma abordagem focada em UX evita desperdícios de tempo e recursos, permitindo que empresas testem hipóteses antes mesmo de iniciar o desenvolvimento.

Para entender melhor o impacto do UX Design na jornada das startups, conversamos com Daniel Blumenthal, diretor de UX Design da Tuna Pagamentos, que compartilhou insights sobre a importância da pesquisa de usuário, os desafios da implementação com poucos recursos e os erros mais comuns cometidos por empresas em estágio inicial. Confira a entrevista abaixo:

Por que o UX Design é um elemento crucial no desenvolvimento de startups, especialmente no setor de tecnologia?

Costumo defender a ideia de que é na etapa de UX Design em que devemos "gastar" mais recursos, pois validar hipóteses nessa fase é significativamente mais barato do que corrigir problemas na engenharia ou durante o processo de Product-Market Fit (PMF).

Em startups, cada decisão precisa ser validada rapidamente para evitar desperdício de tempo e dinheiro. Processos de UX Design permitem testar hipóteses com protótipos, pesquisas e entrevistas antes que um único código seja escrito, evitando retrabalho para a engenharia. 

No setor de tecnologia, onde a iteração rápida é essencial, UX reduz custos ao antecipar problemas, reduzindo o risco de investir em funcionalidades que não atendem às reais necessidades do mercado e que poderiam tornar o produto inviável ou pouco atrativo.

Como o UX pode impactar diretamente o sucesso ou fracasso de uma startup em seu estágio inicial?

UX Design pode ser a linha tênue entre o sucesso e o fracasso. Startups operam com recursos limitados e precisam lançar produtos enxutos e eficientes, em curto espaço de tempo. 

Um processo de UX bem estruturado identifica falhas cedo, garantindo que cada funcionalidade desenvolvida tenha real valor para o usuário. Sem essa abordagem, o risco é gastar tempo de desenvolvimento e só depois perceber que o produto não resolve um problema real ou tem uma experiência frustrante.

Um produto com uma experiência ruim pode afastar usuários logo no primeiro contato, enquanto uma experiência bem planejada pode gerar engajamento e fidelização. Em estágios iniciais, garantir uma boa experiência pode definir até mesmo a sobrevivência da startup.

Em um cenário onde o tempo e os recursos são limitados, como startups podem priorizar investimentos em UX?

Startups podem priorizar a UX focando nas necessidades básicas do usuário. Em vez de tentar criar uma experiência perfeita desde o início, é mais eficaz identificar os principais pontos de dor do usuário e resolver esses problemas de forma simples e eficiente. 

Prototipagem rápida e testes de usabilidade com um pequeno grupo de usuários podem ajudar a validar ideias sem grandes investimentos.

Vale enfatizar que investir em processos de UX significa acelerar o desenvolvimento, não um custo extra. Permite validar ideias rapidamente para que a engenharia construa o que já foi testado e aprovado com usuários. Facilita inclusive a descartar ou despriorizar soluções que não estão maduras ou adequadas para o momento do produto.

No seu ponto de vista, qual é o papel estratégico do UX na definição e evolução da jornada do usuário?

UX tem um papel estratégico porque ele guia a jornada do usuário desde o primeiro contato até a fidelização ao produto. Garante que o produto evolua de forma lógica e eficiente. 

Uma boa experiência do usuário não só facilita o uso do produto, mas também cria uma conexão emocional com o usuário. Isso é essencial para transformar usuários casuais em defensores da marca. Além disso, essa experiência evolui junto com o produto, sempre baseado em feedbacks e dados reais dos usuários.

Como startups podem integrar um profissional ou equipe de UX mesmo com orçamentos apertados?

Startups podem começar com um profissional de UX generalista, que consiga cobrir diferentes áreas como pesquisa, design, prototipagem e testes de usabilidade, antes mesmo que qualquer funcionalidade seja desenvolvida.

Contratar um profissional de UX logo no início deve economizar mais do que investir direto em desenvolvimento pela engenharia em soluções sem validação prévia. Assim, evitam-se gastos desnecessários com códigos que precisariam ser refeitos ou até descartados depois. 

Que técnicas ou ferramentas de UX Design são mais relevantes para startups no estágio inicial?

No estágio inicial, técnicas como Sketching, design sprint, prototipagem rápida e testes de usabilidade são extremamente relevantes. 

Ferramentas como Miro para ideação de fluxos, Figma para design e prototipagem, Maze para testes de usabilidade rápidos e Hotjar aliado ao Google Analytics para métricas e insights do comportamento do usuário ajudam a criar protótipos, colaborar em equipe e analisar o comportamento do usuário de forma ágil e eficiente. 

Lançamentos graduais e testes A/B de novas funcionalidades também são aliados para reduzir a incerteza e garantir que os esforços sejam bem direcionados.

O importante é focar em métodos que permitam iterar rapidamente e validar hipóteses com o mínimo de recursos.

Em sua experiência, quais são os principais erros que startups cometem ao tentar implementar UX Design?

Um dos principais erros é subestimar a importância da pesquisa de usuário. Muitas startups assumem que sabem o que o usuário quer. Outro erro comum é tentar replicar soluções de outras empresas sem considerar as particularidades do próprio produto e público.

Ações assim resultam em um produto que não atende às reais necessidades dos usuários e precisará ser redesenhado – a um custo muito maior.

Muitas vezes a UX é deixada para o final do processo, quando na verdade ele deveria ser parte integrante desde o início do desenvolvimento.

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