A Google poderá adotar até o início de junho o uso de filtros para impedir a divulgação de fotos que contenham pornografia infantil, especialmente por meio do Orkut. O anúncio foi feito Alexandre Hohagen, diretor-presidente da Google no Brasil, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Pedofilia, nesta quarta-feira, 9/4, em Brasília.
Segundo a Agencia Senado, Hohagen anunciou ainda a decisão da Google de manter por seis meses o registro de computadores que divulgam ou acessam conteúdos ilícitos, além de notificar o fato às autoridades, fornecendo as provas – imagens e textos – do que foi divulgado por meio do provedor.
O anuncio desses medidas, de certa forma, foi uma resposta às duras críticas feitas pelo procurador da República no estado de São Paulo, Sérgio Suiama, também presente na CPI, contra as recusas sistemáticas da Google, nos últimos três anos, em fornecer informações sobre sites denunciados por divulgar material pedófilo e manifestações contrárias da empresa a pedidos de prorrogação da manutenção de bancos de dados. Atualmente, a empresa mantém as informações por apenas 30 dias, tempo considerado insuficiente para permitir que seja feita a comprovação, pela Justiça, da materialidade dos crimes, necessária à punição dos responsáveis.
No seu depoimento à CPI, Hohagen apontou, no entanto, a dificuldade da empresa de impedir os crimes praticados no Orkut por meio dos "álbuns", recurso em que grupos de usuários trocam mensagens e arquivos em esquema de acesso restrito.
?Nós estamos muito comprometidos num esforço extra de colaboração, baseado nos seguintes princípios: encontrar os criminosos, ver como poderemos prevenir novos fatos e quais as ferramentas de cooperação com as autoridades e organizações não-governamentais?, diz.