Nos últimos anos, o uso de Inteligência Artificial Generativa (GenIA) vem crescendo, tanto no nosso dia a dia quanto nas empresas, principalmente após o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022. Essas tecnologias, que são capazes de criar conteúdos a partir de um grande volume de dados, passaram a ser vistas não somente como novas ferramentas de consumo, e sim como estratégia de negócios para as empresas atingirem os consumidores.
No Brasil, o cenário não é diferente: um estudo global do Boston Consulting Group (BCG) revelou que 84% dos consumidores brasileiros estão familiarizados com a GenAI, superando a média global de 82%. Além disso, 32% dos brasileiros já utilizam essas ferramentas, em comparação com 25% do cenário mundial. Pelo que podemos avaliar, esse alto nível de engajamento reflete uma população digitalmente conectada e aberta à inovação tecnológica.
No quesito consumo da informação, a IA está presente na saúde, educação, setor de seguros, na forma como as pessoas têm acesso a conteúdos em jornais e portais, assim como no entretenimento. A disputa pela atenção também é intensa, e os consumidores estão mais exigentes, esperando cada vez mais experiências personalizadas que atendam às suas necessidades.
Atentas a esse movimento, hoje diversas empresas investem em ferramentas como assistentes virtuais e chatbots que oferecem um suporte personalizado que se adapta às necessidades individuais de cada cliente, promovendo uma experiência mais eficaz e envolvente. Tanto é que de acordo com o relatório Avanade Trendlines: AI Value Report 2025, cerca de 51% das empresas brasileiras planejam aumentar seus orçamentos em até 25% para projetos de IA generativa neste ano.
Porém, a rápida adoção de GenAI também implica em questões éticas e desafios significativos, como por exemplo, a privacidade de dados pessoais e as adequações à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que em caso de descumprimento, tem multas que impactam de forma significativa no orçamento das empresas.
Um outro ponto de atenção é a tendência à terceirização cognitiva, onde a dependência excessiva de IA no dia a dia pode levar à diminuição do pensamento crítico e a perda de habilidades essenciais, segundo um estudo recente divulgado pela Microsoft e a Universidade Carnegie Mellon. Além disso, há o problema das alucinações de IA, que é quando sistemas geram informações falsas ou imprecisas com confiança, especialmente quando há dados mais complexos.
Por isso, é fundamental que não somente as bigtechs, como as empresas de tecnologia de maneira geral adotem práticas responsáveis e transparentes, investindo também em cibersegurança e proteção de dados para que a IA Generativa seja utilizada como impulsionadora de negócios, além de um diferencial no atendimento aos clientes e produtividade nas empresas.
Fernando Wolff, CEO e Sócio-fundador da Tech4Humans.