A evolução do número de usuários de banda larga no Brasil registrou uma desaceleração no primeiro trimestre, com crescimento de apenas 5,26%, de acordo com a quinta edição do Barômetro Cisco de Banda Larga, divulgada nesta quarta-feira (9/5). De acordo com a IDC Brasil, que realiza o estudo sob patrocínio da Cisco do Brasil, este foi menor crescimento em termos nominais registrado nos últimos quatro trimestres.
O número total de conexões ativas de banda larga no trimestre, segundo o levantamento, atingiu a marca de 6 milhões, o que representou um acréscimo de 300 mil novos usuários em relação ao último trimestre do ano passado ? na comparação com o mesmo período de 2006 foram 1,643 milhão de novas conexões.
Para o diretor de pesquisas da IDC Brasil, Mauro Peres, a desaceleração é normal para esta época do ano, e também porque há um ?delay? de cerca de seis meses entre a compra do computador pelo usuário e sua conexão à internet. ?Boa parte dos PCs adquiridos no Natal só devem começar a ser plugados à rede nesses próximos meses?, avalia ele, embora admita uma tendência de diminuição no ritmo de crescimento.
Um dos fatores apontados pelo analista da IDC para a redução do ritmo de crescimento é que os preços, apesar de terem caído, ainda são um impeditivo para a compra da classe C para baixo, faixa na qual a internet compete com prioridades como alimentação e educação. Os preços das conexões, segundo o Barômetro, caíram 13% na média dos últimos 12 meses. No caso de velocidades maiores, entre 2 Mbps e 8 Mbps, os preços tiveram queda ainda mais acentuada, de 26,7%, enquanto que nas velocidades entre 128 Kbps e 256 Kbps a redução foi menor, de 4,7%.
De acordo com o Barômetro, a região Sudeste é a que possui a maior penetração de banda larga do país, com 61,2% do total, sendo que somente o Estado de São Paulo representa 39,6% das conexões. Ainda conforme o estudo, 50% das novas conexões no primeiro trimestre foram por cabo, que totalizaram, em março, 18,9% dos acessos em banda larga no Brasil. Entretanto, a tecnologia xDSL continua a liderar com 77% do total de acessos. A queda constante de participação de mercado dessa tecnologia gira em torno de 0,7% ao trimestre.
A razão do crescimento, segundo o presidente da Cisco do Brasil, Pedro Ripper, se deve à concorrência acirrada entre as operadoras de telefonia e de TV por assinatura. ?E estas últimas foram bastante agressivas e bem-sucedidas em suas oferta, baseadas em pacotes de serviços que incluem dados, voz e vídeo e novas ofertas de 2 Mbps e 8 Mbps de velocidade."