Poucas empresas brasileiras têm aproveitado as centenas de licitações realizadas anualmente pela ONU, tanto que o País participa com aproximadamente 1% do volume expressivo de compras, estimado em US$ 8 bilhões/ano. Como estratégia para reverter este quadro, o Ministério das Relações Exteriores, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais realizou de 5 a 9 de junho, em Belo Horizonte, a 31ª Reunião do Grupo de Trabalho de Licitação Inter-Agência das Nações Unidas (IAPWG). O evento reuniu 28 das 44 agências de compras da ONU.
?As Nações Unidas são um comprador exigente, mas que não discriminam os pequenos e médios fornecedores, exatamente o perfil de mais de 90% do universo de 11.802 empresas brasileiras de software e serviços correlatos. Foi extremamente positivo o balanço final desta iniciativa da Softex e da Apex-Brasil de formar uma delegação para apresentar as soluções nacionais a esses grandes compradores?, argumenta José Carlos Cusnir, consultor da Softex que acompanhou as reuniões entre os executivos brasileiros e os representantes da IAPWG, encerradas nesta sexta-feira (9/6).
Segundo a conselheira Wanja Nóbrega, do Ministério das Relações Exteriores, que participou diretamente da organização do evento, a avaliação recebida dos representantes do grupo de trabalho responsável por parte das compras internacionais da ONU foi das mais favoráveis e ficaram muito bem impressionados com o modo profissional como a delegação brasileira chegou para o encontro. Integraram a delegação brasileira Astrein, ATECH, DBA, Cingo, CPqD, Positivo, Qualisoft, Softway, Teknisa, Unitech e Vetta (BH).
Entre os destaques, a solução e-Blocks, ferramenta desenvolvida pela Positivo para o ensino da língua inglesa a crianças de 5 a 10 anos. Os produtos de assinatura eletrônica da Qualisoft também chamaram a atenção dos visitantes, assim como as soluções para gestão empresarial da Teknisa dirigida para segmentos como alimentação, saúde, indústria e comércio.
Na área de tecnologia da informação, as agências da ONU têm interesse na aquisição de programas de treinamento, sistemas de transações on-line, análise de sistemas, gerenciamento de projetos computacionais, programação, manutenção de computadores e afins, processamento de dados, suporte técnico, entre outros.
?Trata-se de uma iniciativa que deverá apresentar resultados consistentes no médio prazo?, finaliza Cusnir, lembrando ter sido esta a primeira vez que um país da América do Sul sediou esse encontro. A reunião com a IAPWG integrou a pauta de ações do PSI-SW, Projeto Setorial Integrado para Exportação de Software e Serviços Correlatos. Ele é gerenciado pela Softex, com apoio técnico e financeiro da Apex-Brasil.