A Apple resolveu dar uma sobrevida aos iPhones e iPads mais antigos com o lançamento da nova versão do seu sistema operacional para dispositivos móveis, o iOS 9, durante a sua conferência para desenvolvedores, a WWDC, que acontece até sexta-feira, 12, em San Francisco, na Califórnia. Entre as novidades, a nova versão terá um modo para economizar bateria, em que o aparelho funcionará com baixa energia. O iOS 9 será liberado em setembro para celulares a partir do iPhone 4S e tablets a partir do iPad 2.
Durante anos, a estratégia da Apple para a venda de iPhones e computadores Macintosh tem sido oferecer software exclusivo de alta qualidade como uma isca para puxar as vendas de seus smartphones, tablets e computadores. Mas a qualidade de seu software começou a escorregar no ano passado, quando as versões mais recentes dos sistemas operacionais para iPhone e Mac foram liberadas com erros graves, incluindo um que desativou o sinal de celular para vários usuários do iPhone.
Para evitar a repetição de erros como esses, a Apple introduziu atualizações para seus sistemas operacionais para dispositivos móveis e computadores, o iOS e o OS X, com um forte foco na estabilidade, desempenho e na vida útil da bateria. Daí também a atenção maior aos iPhones 4S e iPads, que não tiveram uma boa resposta com o iOS 8. O iOS 9 só necessita de 1,8 GB para ser instalado, bem menos do que os 4,6 GB que o iOS 8 requeria. Ele também possui um modo de economia de energia que pode dar a sua bateria três horas a mais de duração a cada carga.
A Apple também fez alterações no iOS que modificam significativamente a forma de se trabalhar nos iPads. A empresa introduziu um modo de tela dividida que permite que vários aplicativos sejam executados lado a lado — uma grande mudança em relação a interface atual que, ao carregar um aplicativo, ocupa a tela inteira. Segundo analistas, a fabricante fez a mudança na expectativa de lançar um iPad "jumbo" voltado para profissionais.
Outra novidade do iOS 9 é a Siri, a assistente pessoal por voz da Apple, que estará mais integrada aos demais recursos do sistema. Ela não apenas responderá solicitações, mas também fará sugestões, como, por exemplo, "mostre-me fotos de agosto do ano passado" para carregar uma sequência específica de fotos tirada naquele mês. Além disso, caso o usuário receba um convite via e-mail, a Siri irá incluí-lo no calendário, enviar um lembrete quando o horário do compromisso estiver se aproximando e até sugerir rotas de trânsito. As melhorias parecem deixar a Siri mais parecida com o Google Now, do Google.
A Apple destacou o anúncio da Apple Music, serviço de app e música que ela desenvolveu após a aquisição da Beats Electronics no ano passado. A nova aplicação inclui recursos bastante familiares aos usuáarios de serviços de streaming baseados em assinatura, como Spotify e Pandora, mas os executivos da Apple dizem que sua oferta é melhor.
"A indústria da música é uma confusão fragmentada", disse Jimmy Iovine, o executivo que entrou para a Apple após a aquisição Beats. A principal diferença com da oferta da Apple é que os downloads de música, o serviço de streaming de música e o serviço de rádio na internet podem ser encontrados dentro do aplicativo Apple Music, disse ele ao The New York Times.
O Apple Music permite aos usuários procurar músicas e transmiti-las via internet, semelhante ao Spotify. O serviço de streaming também faz recomendações para outras listas de reprodução e álbuns. Ele vai custar US$ 10 por mês ou US$ 15 por mês para até seis pessoas da família.