Conselho de Comunicação Social aprova relatório favorável a medida judicial na internet

0

Por 8 votos a favor e 3 contra, o Conselho de Comunicação Social aprovou nesta segunda-feira, 9, o relatório do conselheiro Sydney Sanches contrário ao projeto do deputado João Arruda (PMDB-PR). A proposta (PL 5130/16), que proíbe a suspensão de qualquer aplicação da internet por decisão do poder público, está sendo analisada na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.

No mesmo relatório, Sanchez recomendou a aprovação do PL 5204/16, de autoria da CPI dos Crimes Cibernéticos, que admite a adoção de medidas judiciais, como o bloqueio, contra aplicativos de internet relacionados a crimes puníveis com pena mínima de dois anos de reclusão, e hospedados no exterior. A proposta determina ainda que aplicativos de mensagens instantâneas, como WhatsApp, não poderão bloqueados.

O texto tramita apensado ao PL 5130/16. As duas propostas alteram o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14).

Para Sanchez, que representa os artistas no conselho, o projeto do deputado João Arruda "confere um tratamento especial às empresas de internet, que receberiam um salvo conduto para atos ilícitos". Em contraposição, o projeto da CPI aprimora a legislação de combate à criminalidade na rede, seguindo tendências de outros países e convenções internacionais assinadas pelo Brasil.

"A submissão das medidas de bloqueio à apreciação prévia do Poder Judiciário é, ao invés de motivo de crítica ou preocupação, motivo de garantia do respeito aos princípios do ordenamento jurídico pátrio e dos direitos fundamentais dos jurisdicionados", disse Sanchez.

O relatório foi elogiado pelo conselheiro Davi Emerich, um dos representantes da sociedade civil no conselho. Ele enfatizou que o PL 5204/16 está alinhado à experiência internacional. O conselheiro José Francisco de Araújo Lima, representante das empresas de televisão, também defendeu a aprovação do parecer de Sydney Sanches. "Admitir uma lei que viesse a proibir até a Justiça de agir seria, para nós, concordar com o crime ilimitado", disse.

A conselheira Maria José Braga, que representa os jornalistas no colegiado, votou contrário ao relatório. "A internet precisa, sim, de regulação e as novas tecnologias precisam, sim, estar a serviço das nações e dos cidadãos", disse. Com informações da Agência Câmara.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.