A cada 100 compras fraudulentas na internet no Brasil, 35 são feitas em São Paulo. Esta é uma das conclusões do Censo da Fraude 2020, elaborado pela Konduto, a partir da análise de mais de 175 milhões de pedidos que passaram pelos sistemas da empresa entre 1 de janeiro e 31 de dezembro do ano passado.
Para apontar quais são os estados e regiões com mais e menos pedidos fraudulentos, a Konduto considerou o fraud share, que leva em conta a representatividade de cada unidade federativa dentro do cenário da fraude em pagamentos digitais em todo o Brasil. O índice é calculado dividindo a quantidade de tentativas de fraudes de cada estado pelo total de tentativas de fraude no País.
O resultado do levantamento mostrou que São Paulo responde por 35,57% das tentativas de fraude e lidera o ranking com ampla margem mesmo com queda de mais de 5% em relação ao ano passado. Na sequência, aparecem Rio de Janeiro (10,34%), Minas Gerais (7,55%), Bahia (6,51%) e Paraná (5,49%). O Distrito Federal, cujo fraud share caiu de 3,63% para 2,50%, é a unidade federativa que mais perdeu posições na lista se comparado ao ano passado (de oitavo para 12º). Por outro lado, o Amazonas, que oscilou de 0,48% para 0,64%, é a que mais subiu (de 23º para 19º).
O relatório também faz um recorte por regiões. Neste caso, o Sudeste é o primeiro em tentativas de fraude (com 55,33%, contra 60,03% em 2019). O Nordeste é o segundo, com 18,74%, agora seguido mais de perto pelo Sul, que saltou aproximadamente cinco pontos percentuais em relação ao ano passado e responde por 14,01% dos pedidos ilegítimos. Centro-Oeste (8,01%) e Norte (3,92%) fecham a lista.
"São Paulo e o Sudeste concentram o maior número de pedidos ilegítimos porque são o estado e a região com o maior share no e-commerce nacional", explica Tom Canabarro, CEO e cofundador da Konduto. Neste caso, segundo ele, a atividade dos criminosos cibernéticos acaba se diluindo em meio a um número expressivo de "compras boas". Em locais com menos share, ocorre o contrário, com as compras fraudulentas se sobressaindo diante de um número total menor de pedidos legítimos.
"O relatório inclusive mostra como metodologias diferentes de cálculo, que não consideram o fraud share, apontam que proporcionalmente estados do Norte e do Nordeste, como Maranhão, Ceará e Pará, podem ter mais tentativas de fraude, o que não faria sentido em números absolutos", conclui Canabarro.