Nos próximos dias, a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Software e Serviços para Exportação) apresentará aos candidatos à Presidência da República, Luis Inácio Lula da Silva e Geraldo Alkimin, proposta de criação de uma política pública para desenvolvimento do setor de software e serviço brasileiro.
Segundo Antonio Carlos Rego Gil, presidente da CPM e da entidade, o projeto cotempla quatro pontos estratégicos para levar o País ao mercado internacional de serviços.
O primeiro deles é investimento em treinamento e educação, para que o País atinja a meta de exportar 5 bilhões de dólares em serviço, em 2010 (a metra traçada em 2004 era atingir 2 bilhões em 2007). Gil lembra que para atingir este objetivo será necessário formar 100 mil profissionais em TI e todos com fluência em inglês.
Além disso, o estudo destaca a necessidade de esse contingente incluir 8 mil doutores e 2 mil gerentes de projetos. "Mais do que isso. Temos que incluir esses profissionais no cenário global, como bolsistas brasileiros, que disseminarão a cultura nacional junto a clientes mundiais", diz.
Fazendo um paralelo com a estratégia adotada pela Índia, ele cita que 38% dos profissionais da NASA são indianos. Índice que chega a 20% dentro da IBM e a 15% na Microsoft. "Temos que mandar mais brasileiros para fora", reforça.
O segundo ponto da proposta é acriação de um marco regulatório, que facilite a importação de insumos – software e equipamentos – pelas empresas do setor. Um incentivo por meio de redução da carga tributária e também dos encargos trabalhistas.
"Exportar software é melhor do que exportar sapato, porque se está plantando conhecimento", defente.
A terceira plataforma proposta pela indústria de serviço nacional é o fortalecimento da marca Brasil. Para isso, a Brasscom recomendará que o País explore o reconhecimento internacional conquistado por empresas como a Petrobras, Embraer, Vale do Rio Doce, Gerdau, Ambev, etc.
"Esta é a marca do Brasil tecnológico que precisa ser fortalecida", diz Gil.
Por fim, ele diz que o quarto ponto defendido pela Brasscom é que a internacionalização do setor de TI só se dará a partir de empresas fortes, em paralelo ao esforço de multinacionais que começam a dar a sua contribuição na venda da qualidade do serviço feito a partir do Brasil.
"A CPM mesmo perdeu dois negócios pelo tamanho que tem hoje. É preciso que o País determine que quer fazer isso e levar o debate para a sociedade, para o Congresso Nacional e para a mídia", afirma o executivo.