A Websense, fornecedora de soluções para o gerenciamento do uso da internet, divulgou nesta quinta-feira, 9, os resultados da quarta edição de sua pesquisa Web@Work América Latina. Nesta edição, o estudo revelou uma curiosidade: até o ano passado em curva crescente, a quantidade média de tempo por semana que os funcionários no Brasil admitem gastar navegando por websites não relacionados ao trabalho durante o expediente é de 4,25 horas (51 minutos por dia), uma diminuição considerável de 28,2% sobre a média semanal apurada no ano passado (5,9 horas ou 71 minutos por dia).
Como contraponto, quando perguntado aos gerentes de TI quanto tempo eles acreditam que os funcionários gastam em média por semana explorando sites não relacionados ao trabalho, a resposta foi de 5,8 horas, embora também signifique uma redução (23,6%) em relação a 2007 (7,6 horas).
A média de tempo gasto em navegação pessoal pelos funcionários em toda a América Latina é de uma hora por dia, (60,3 minutos) ou 5 horas por semana, também menor que o apurado na pesquisa de 2007, quando a média na região foi de 1 hora e 27 minutos por dia, ou 7,3 horas por semana.
Não houve mudança quanto ao primeiro colocado do ano passado. A navegação em sites financeiros e de internet banking encabeça a lista dos mais acessados, porém com um pequeno decréscimo de 2% em relação à pesquisa do ano passado (76% em 2007 para 74% em 2008). A surpresa deste ano ficou com os websites governamentais, que atingiram os mesmos 74%, dividindo a liderança com os sites financeiros. No ano passado, a incidência por sites governamentais foi de apenas 20%.
Na segunda colocação ficaram os sites de notícias, com 70% dos funcionários brasileiros admitindo acessá-los durante sua rotina de trabalho. Já o terceiro lugar ficou com os serviços de e-mail pessoais (Gmail, Yahoo e Hotmail) atingindo 58%; a pesquisa ainda revela que 62% dos gerentes de TI do Brasil acreditam que seus funcionários acessam os e-mails pessoais durante o expediente.
Comparação regional
Em toda a região, os acessos mais populares indicados pelos funcionários foram também os de finanças e internet banking (77%) e, empatados, notícias e mídia, e-mails pessoais e sites governamentais com 75%. Serviços de VoiP são usados por 26% dos empregados chilenos, a maior média dos países pesquisados neste segmento, em contrapartida, funcionários do Brasil, junto com os colombianos, têm a menor média (10%). Gerentes de TI dos países pesquisados acreditam que seus funcionários acessam em primeiro lugar sites relacionados a finanças e internet banking (86%), seguido por websites de notícias (84%) e e-mails pessoais (79%).
Para as empresas ficarem ainda mais alertas quanto ao risco de perda de informações: sobre as atividades que podem colocar em risco os computadores, os brasileiros estão na frente (34%) quando o assunto é enviar documentos de trabalho para suas contas de e-mail pessoal a fim de trabalhar em casa (decréscimo de 10% em relação ao ano passado). Com a mesma porcentagem, o ato de clicar em pop-up de sites que aparecem no desktop. Por outro lado, atrás dos outros países, o Brasil é o que acusa menor índice (24%) no envio de e-mails corporativos para endereços incorretos, porém, se comparamos aos números de 2007 (8%), essa porcentagem triplicou. Os gerentes de TI brasileiros acreditam que o número para envio de e-mails incorretos é de 28% em 2008, além de classificarem com expressivos 36% o número de funcionários que acessam conteúdos adultos, quando pelo lado dos funcionários brasileiros não passa de 4%.
Além disso, 98% dos gerentes de TI de toda a região acreditam que o maior risco dos funcionários esteja concentrado no ato de enviar documentos do trabalho para casa (63%), seguido pelo envio incorreto de e-mails ao destinatário (57%) e no ato de clicar em pop-up (53%). O acesso a conteúdo adulto, acidental ou propositalmente pelos funcionários, segundo os gerentes de TI, teve uma redução de 23% em relação ao ano passado, onde alcançou 40% contra 17% deste ano. 95% de todos os gerentes de TI estão preocupados com o comportamento on-line de seus empregados, sendo que 75% dos funcionários admitiram ter feito pelo menos uma das ações que colocam a empresa em risco.
A maior parte dos gerentes de TI (93%) e dos funcionários (95%) na América Latina acredita que as atividades virtuais podem colocar em risco seus empregos. Hoje, para os funcionários latino-americanos (90% em 2008 contra 40% em 2007) a ação mais arriscada é a fuga de informações confidenciais da companhia, seguido pelos acessos a conteúdo adulto (80% em 2008 contra 55% no ano passado). Entretanto, acreditam não serem arriscadas iniciativas como compras on-line pessoais, que parecem ter se tornado um hábito e são vistas com mais tolerância, assim como o download de músicas, vídeos, software, etc. Já para os gerentes de TI da região (82%), a maior preocupação é o vazamento de informações essenciais causado pelos funcionários, seguida pela introdução de códigos maliciosos que podem afetar os processos de negócios (51%)
Nesta edição, foram realizadas 600 entrevistas com companhias com o perfil de, no mínimo, 250 funcionários do Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e América Central (cem entrevistas em cada país, sendo 50 com funcionários e 50 com gerentes de TI).