O físico francês Serge Haroche e o americano David Wineland dividiram o Prêmio Nobel de Física anunciado nesta terça-feira, 9, pela Academia Real de Ciências da Suécia. Os dois desenvolvem pesquisas e estudos sobre partículas de luz e da matéria sem destruí-las, um fenômeno de "das experiências com fótons de cativeiro, considerados um passo crucial para a construção de computadores quânticos extremamente rápidos, o que pode levar a maneiras de medir o tempo com precisão de cem vezes maior do que usando relógios atômicos.
Haroche é professor na Collège de France and Ecole Normale Supérieure em Paris e Wineland é pesquisador no Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia e da Universidade do Colorado. Eles irão dividir o prêmio de US$ 1,2 milhão pela contribuição com “inovadores métodos experimentais que permitem medição e manipulação de sistemas quânticos individuais”, segundo a academia.
Partículas fundamentais, como fótons, são difíceis de isolar do meio ambiente, sem destruir propriedades misteriosas quânticas que os tornam interessantes para o estudo dos físicos. Na década de 1980, Wineland e Haroche inventram maneiras de prender partículas, mantendo suas propriedades quânticas. Wineland usou campos elétricos para aprisionar átomos eletricamente carregados, mantendo-os longe do calor e da radiação através da realização de experiências em temperaturas muito baixas e em um vácuo. Haroche prendeu partículas de luz entre espelhos supercondutores resfriados a uma fração de -273ºC.
Os computadores atuais executam cálculos por meio de centenas de milhões de chaves, cujas posições ligado-desligado representam os valores 1 e 0, com cada dígito binário chamado de "bit" de informação. Na mecânica quântica, existem múltiplas possibilidades de uma só vez, sendo que um bit quântico – qubit, como é chamado – não é necessariamente um "1" ou um "0", mas uma combinação de ambos. Pelo encadeamento de qubits, um computador quântico poderia realizar uma infinidade de cálculos simultaneamente. Ou seja, em vez do digito binário, a computação quântica usará bits subatômicos que podem ser, ao mesmo tempo, 1 e 0.
Em fevereiro, a IBM apresentou resultados experimentais da construção de um computador quântico.