Cibersegurança: investimento ou custo?

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Muitas vezes, a adoção de práticas mais avançadas de cibersegurança são vistas como uma redoma para proteger as empresas de eventos que não são normais ou atípicos, como eventuais ataques de ransomware, phishing ou engenharia social. Dessa forma, na maioria dos casos, as empresas enxergam os gastos em cibersegurança como um custo necessário para o cotidiano de suas operações.

As violações de dados são procedentes de inúmeras fontes e, quando acometidas, as corporações precisam lutar em várias frentes, seja evitando perdas, respondendo a ameaças de forma eficaz ou recuperando prejuízos financeiros e reputacionais. De acordo com pesquisa recente do Gartner, entre os 130 executivos pesquisados no país, 91% pretendem investir mais em segurança da informação em 2025. Esse cenário justifica o crescimento das projeções orçamentárias em cibersegurança em 15% para ano 2025.

Com a inteligência artificial generativa, a segurança obviamente depende muito de dados, de eventos, de métricas. Temos falado muito para nossos clientes sobre a sinergia entre observabilidade e cibersegurança. Nesse sentido, há uma série de soluções de segurança que não só protegem os ativos mais valiosos, como as informações sensíveis, mas que começam a se tornar muito importantes para insights de negócio.

Dada à evolução da tecnologia e ao espaço que ela tem ocupado no ambiente de negócios, o CISO será cada vez mais detentor de tantas informações e já começa a ter visões únicas sobre o business. Além de vulnerabilidades e fragilidades, o executivo de segurança correlaciona perfis, jornadas e padrões que podem ser um diferencial competitivo contra outros competidores do mercado, gerando inclusive receita incremental. Os CISOs estão cada vez mais ocupando posições de lideranças em Conselhos de Administração, porque estes entendem o papel essencial que esse profissional pode ter nos negócios e a importância que a segurança está assumindo nas corporações.

Vivemos a era da transformação, onde os investimentos em ferramentas de cibersegurança devem crescer cada vez mais. A ideia é que essas informações, cada vez mais bem cuidadas, sejam fundamentais para as áreas estratégicas, dando insights valiosos para as áreas de negócios e possibilitando um horizonte para a geração de receita.

Algumas soluções de segurança, como as de blindagem de mensagens instantâneas em aplicativos como o WhatsApp, fazem exatamente isso: não só protegem ou barram o envio de informações sensíveis, mas também, conseguem categorizar as características do tom de fala e o perfil de comunicação com o mercado, trazendo assim uma visão sintética da ponta, mostrando o que está acontecendo no relacionamento da empresa com os clientes finais. Aqui não se avalia apenas situações anômalas que colocam uma organização em risco, mas sim, o comportamento do cliente final perante as ofertas de venda.

As inovações em cibersegurança, além de proteger os ativos, estão num patamar de definição de negócios, mas ainda não são vistas como uma aquisição de um serviço ou uma solução voltada para gerar mais receita. Enquanto as organizações elevam investimentos em algumas áreas, os executivos de tecnologia também tentam realocá-los em outros projetos, sempre de olho no que traz mais valor ao negócio. Segurança digital é um deles.

Rodrigo Bocchi, CEO da Delfia.

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