Após o avanço das três primeiras fases do sistema financeiro aberto no Brasil, executivos de Banco Brasil, Elastic, AWS, Red Hat e Zabbix acreditam que há espaço para novas fases e eventualmente criação de novos produtos e áreas de negócios. Dando o exemplo de adoção do open banking no exterior, Paulo Farias, head of financial services da Elastic, acredita em oportunidades no combate à fraude e análise de crédito. Ele participou nesta quinta-feira, 9, do 5×5 Tec Summit.
"Temos visto instituições de fora, como o Credit Suisse, que tiveram redução de falso positivo em atividades maliciosas. E a Fico tem avançado em um motor de credit score", disse o executivo. "É preciso aumentar e aprender com disciplinas que são melhores implementadas lá fora", completou.
Por sua vez, Karen Machado, gerente de open banking do Banco do Brasil, citou a possibilidade de incluir, como novas etapas do open banking, processos de portabilidade em operações de crédito e previdência privada. Ou seja, o consumidor poderia levar o seu cartão de crédito, empréstimo ou plano de previdência de um banco para outro, de forma similar à portabilidade telefônica.
Ulysses Pacheco, líder de vendas de finanças no time AWS Setor Público, vê espaço no mercado para um agregador de dados, similar ao Guiabolso, e iniciador de pagamento "em um lugar só". Cita também um "birô de serviço de insights de dados" para empresas. "Ainda falta uma definição de quais benefícios vão afetar o cliente e quais não vão. É um processo que não é tão simples", ponderou.
Já Gabriel Sampaio, especialista da Red Hat, acredita que existe espaço para criação de serviços de agregação de contas para os clientes. Para as empresas, o executivo espera que Banking as Platform e Banking as Service podem se tornar serviços de destaque baseados no sistema financeiro aberto.
Também abordando a ótica das empresas, o country manager para América Latina da Zabbix, Luciano Alves, lembra que muitas empresas não tinham camadas tecnológicas para atender volume de igual para igual, se comparado com os grandes bancos. Neste cenário, Alves prevê o desenvolvimento de "provedores de tecnologia para fintechs", como a Amazon com seu "canivete suíço" de soluções: "Essas empresas vão entregar desde conexão até resiliência. Essas companhias não vão cuidar do crédito e da adquirência, mas da tecnologia", explicou.