Até janeiro de 2010, todos os sistemas de checkouts varejistas do mundo deverão estar preparados para identificar itens comerciais codificados com o código de barras Databar. No Brasil, quem está coordenado os trabalhos para adoção da nova tecnologia é a GS1 Brasil (Associação Brasileira de Automação, antiga EAN Brasil.
Atualmente, os códigos padrão GS1, que incluem o GTIN-13 (13 dígitos), são os mais utilizados para a codificação de produtos com leitura no caixas/checkouts do varejo. A identificação inequívoca do produto é garantida pela atribuição de uma estrutura numérica denominada GTIN (sigla em inglês para número global do item comercial). É a partir dele que é gerado o código de barras, permitindo que a empresa identifique um produto individualmente no mundo inteiro, sabendo exatamente qual o tipo, suas variações de cor, peso, tamanho, dentre outras informações.
O código Databar, segundo a GS1 Brasil, permitirá a mesma identificação, porém com alguns benefícios a mais que os atuais. Com tamanho bastante reduzido ? aproximadamente metade do espaço físico de uma etiqueta de código de barras convencional ?, o Databar poderá ser utilizado em produtos muito pequenos que hoje não são codificados por falta de espaço. Isso possibilitará às empresas melhor acesso a informações de rastreablidade, garantindo um gerenciamento mais eficiente e de melhor qualidade.
Alguns setores, como o de frutas, legumes e verduras, cujo espaço para aplicação do código é restrito, serão diretamente beneficiados pela nova tecnologia, segundo a associação. Atualmente, esses produtos têm um gerenciamento complicado, justamente pela falta de identificação e de espaço para um código de barras maior. ?O Databar facilitará a automação desse tipo de produto, melhorando a precisão e a velocidade de acesso a informações sobre produção e proveniência dos alimentos?, destaca Flávia Ponte Costa, assessora de Soluções de Negócios da GS1 Brasil.
A rastreabilidade de frutas, legumes e verduras é fundamental, especialmente com o impacto provocado por incidentes de segurança de alimentos aos consumidores, empresas, grupos que lidam com a mesma mercadoria, governos e comércio. ?Devido à diversidade das práticas da cadeia de suprimentos de alimentos na esfera internacional, é fundamental que os produtores, embaladores, importadores/exportadores e transportadores trabalhem com seus parceiros da distribuição e do varejo, com o intuito de desenvolver tecnologias e padrões que permitam a identificação dos produtos hortícolas, desde a plantação até o varejista?, ressalta Flávia.
Ela explica que o Databar, no entanto, não substituirá os atuais códigos padrão GS1, pois serão complementares. ?Cada código terá uma aplicação específica e a decisão de quando usar um ou o outro ficará a cargo dos usuários?, finaliza.