A ex-diretora de tecnologia (CTO) da One Laptop Per Child (OLPC, sigla em inglês para um laptop por criança), Mary Lou Jepsen, promete criar um laptop com preço menor que US$ 100 e cumprir a promessa feita pelo fundador da OLPC, Nicholas Negroponte, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que até agora não conseguiu atingir a meta do projeto de criar um computador abaixo desse valor, para ser distribuído a alunos de escolas públicas de países pobres.
Para tal, Jepsen criou uma nova empresa, a Pixel Qi, que vai funcionar como uma espécie de prolongamento da OLPC e por meio da qual espera desenvolver um laptop de US$ 75 ? e mais eficiente em termos de consumo de energia ?, além de telefones celulares e outros equipamentos eletrônicos, segundo informa no website da companhia.
Jepsen deixou a OLPC há cerca de duas semanas para comercializar tecnologias que criou com a OLPC. Na lista de tecnologias patenteadas por ela está uma tela de computador com um sistema para operação com baixa potência. ?A Pixel Qi vai permitir o desenvolvimento de uma nova máquina, além do laptop XO da OLPC, e, ao mesmo tempo, alavancar um maior mercado para novas tecnologias", diz ela em artigo no website da empresa. E acrescenta: ?Existe um grande mercado comercial para as tecnologias criadas pela OLPC, que farão com que os preços para próxima geração de hardware possam ser trazidos para baixo?.
A nova empresa continuará a trabalhar com a OLPC, fornecendo produtos a preço de custo, mas vai vender os dispositivos também para organizações comerciais, segundo informou Jepsen ao jornal The New York Times .
A promessa de introduzir um laptop de US$ 100, feita pela OLPC em 2005, quando lançou o laptop XO, tem sido afetada por atrasos na produção e o aumento dos custos, o que fez com que a estimativa de preço da máquina subisse para US$ 200. Embora venha recebendo elogios por seu design e tela inovadora, recursos de hardware e de rede, o laptop ainda não conseguiu encontrar compradores. Agora, o projeto corre o risco de esvanecer-se devido à concorrência de fornecedores comerciais, que ameaça colocar por terra todo o esforço feito pela OLPC.
A saída de Jepsen da OLPC vem gerando uma acalorada discussão, em que os críticos a acusam de ter usado o trabalho desenvolvido pela organização em proveito próprio. Outros, porém, saem em sua defesa, dizendo que este era o momento adequado para que ela deixasse ?um barco que está afundando?.