Uma pesquisa da NordVPN, especialista em cibersegurança, analisou os detalhes de 4 milhões de cartões de crédito que foram encontrados à venda na dark web, pertencentes a cidadãos de 140 países. Do total, 227 mil eram de brasileiros. O preço médio para compra dos cartões é de US$ 9,70 – os brasileiros saem por US$ 6,54.
No ranking, o país mais afetado foi os Estados Unidos, com mais de 1,5 milhão de cartões, seguido da Austrália, com quase 420 mil. Mesmo que o maior número de cartões encontrados à venda fosse desses dois países, não significa que sejam os mais vulneráveis. De acordo com a pesquisa, a vulnerabilidade depende de fatores como a proporção de cartões não reembolsáveis, a população do país e o número de cartões em circulação.
Pesquisadores da NordVPN compararam os dados dos cartões entre os países com as estatísticas populacionais das Nações Unidas e o número de cartões em circulação das bandeiras Visa, Mastercard e American Express para calcular o índice de risco e comparar mais diretamente a probabilidade de o cartão estar disponível na dark web por país.
Em relação aos brasileiros, a maioria (mais de 137 mil) dos cartões são da bandeira Mastercard, Visa (mais de 79 mil) e Elo (um pouco mais de 6 mil). O índice de risco brasileiro foi estimado em 0,39. O país mais vulnerável foi Hong Kong, com um risco máximo possível de 1. O segundo mais vulnerável foi a Austrália (0,85), seguida da Nova Zelândia, com uma pontuação de 0,8. A menor pontuação de vulnerabilidade foi de 0, e apenas a um país foi atribuído esse valor — os Países Baixos.
"Desde 2014, temos visto um crescimento constante na fraude de cartões de pagamento ao redor do mundo. Decidimos verificar quanto custa um cartão de pagamento na dark web e por que há uma explosão no mercado negro deles", diz Marijus Briedis, CTO da NordVPN. "E a resposta é que os hackers podem ganhar facilmente muito dinheiro com isso. Mesmo que um cartão custe apenas US$ 10 em média, um hacker consegue lucrar US$ 40 milhões ao vender uma única base de dados, como aquela que analisamos."