O mercado de e-commerce no Brasil tem se consolidado com a crescente presença de grandes players internacionais. Atualmente, três dos cinco maiores marketplaces que operam no país são estrangeiros, destacando o interesse e a competitividade do mercado brasileiro. Esse cenário, entretanto, só se tornou possível devido a recentes avanços regulatórios que reformularam as bases do setor de pagamentos e câmbio.
Entre essas inovações, destaca-se o Pix, sistema de pagamentos instantâneos introduzido pelo Banco Central do Brasil. Sua adoção em massa foi um marco na inclusão financeira, proporcionando transações rápidas e seguras, com custos significativamente reduzidos em relação aos arranjos tradicionais. O Pix não apenas modernizou as transações diárias, mas também ampliou o acesso de consumidores e pequenas empresas ao e-commerce, democratizando o mercado.
Outro ponto de inflexão foi a introdução do eFX (câmbio eletrônico), que simplificou as operações cambiais e descentralizou um mercado historicamente concentrado nos grandes bancos. Essa regulação possibilitou a entrada de fintechs e novas empresas, promovendo concorrência e diversificando as soluções disponíveis. O eFX facilitou transações em moeda estrangeira, tornando-as mais acessíveis e eficientes para empresas e consumidores, e contribuiu diretamente para o crescimento do e-commerce internacional ao permitir que plataformas estrangeiras operassem com maior fluidez no Brasil.
A combinação do Pix e do eFX criou um ambiente favorável para a expansão do mercado e ainda apresenta potencial significativo de crescimento. Setores como pagamentos B2B e pagamentos recorrentes, que seguem amplamente dependentes do uso de cartões de crédito, começam a explorar alternativas mais inovadoras e acessíveis.
O horizonte de inovações regulatórias e tecnológicas é promissor. Novas funcionalidades do Pix, como o Pix automático, o Pix via NFC e o aguardado Pix internacional, estão em desenvolvimento e prometem fortalecer ainda mais o ecossistema financeiro brasileiro. Essas medidas reforçam o papel estratégico do Banco Central como catalisador de um sistema mais moderno, competitivo e inclusivo.
Para empresas que desejam aproveitar as vantagens dessas inovações regulatórias, algumas boas práticas podem ser seguidas:
Entenda as necessidades do seu público-alvo: Avalie os métodos de pagamento preferidos pelos seus clientes e como eles se integram às soluções do Pix e do eFX. Isso ajudará a oferecer uma experiência mais personalizada e eficiente.
Escolha parceiros tecnológicos confiáveis: Opte por plataformas e provedores que ofereçam integrações robustas e suporte técnico para a implementação de ferramentas como o Pix automático e soluções de câmbio eletrônico.
Invista em segurança e conformidade: Garanta que as transações financeiras estejam alinhadas com as regulamentações locais e protejam os dados dos usuários, minimizando riscos de fraudes.
Capacite sua equipe: Ofereça treinamentos para que os colaboradores compreendam o funcionamento e os benefícios do Pix e do eFX, garantindo uma adoção interna bem-sucedida.
Acompanhe as atualizações regulatórias: Esteja atento às novas funcionalidades do Pix e às mudanças no eFX, como o Pix internacional, que podem abrir novas oportunidades de mercado.
Implemente soluções escaláveis: Certifique-se de que as ferramentas adotadas podem crescer junto com o seu negócio, evitando a necessidade de substituições constantes.
Com uma infraestrutura regulatória e tecnológica em constante evolução, o Brasil se posiciona como um dos mercados mais dinâmicos para o e-commerce e os serviços de pagamento. A integração de soluções inovadoras não apenas beneficia os consumidores e empresas, mas também fortalece a economia como um todo, pavimentando o caminho para um futuro mais conectado e acessível.
Pedro Guimarães, CPO do Ouribank.