A América Móvil viu o seu lucro líquido despencar 36,2% entre outubro e dezembro de 2011 em relação ao quarto trimestre do ano anterior, somando assim 16,28 bilhões de pesos mexicanos no último trimestre, o equivalente a cerca de US$ 1,16 bilhão, se tomarmos como base a relação cambial do balanço financeiro divulgado pela holding mexicana na noite de quinta, 9. A desvalorização do peso mexicano e o aumento da dívida líquida em 11,1 bilhões de pesos mexicanos (US$ 793 milhões) por conta da incorporação das Empresas Telmex, Telmex Intl., Net Serviços e StarOne estão entre as causas. No acumulado do ano, a América Móvil registrou lucro líquido de 82,62 bilhões de pesos mexicanos (US$ 5,91 bilhões), retração de 9,6% se comparado ao montante somado em 2010.
Impulsionada pelo aumento na comparação anual do quarto trimestre de 27% nas receitas de serviços de dados móveis, de 15% da banda larga fixa e de 48% de serviços de TV por assinatura, as receitas totais da holding chegaram a 162,39 bilhões de pesos mexicanos (US$ 11,61 bilhões) nos últimos três meses de 2011, 12,6% a mais que no mesmo período de 2010. No ano, as receitas totalizaram 602,76 bilhões de pesos mexicanos (US$ 43,08 bilhões), crescimento de 8,5% frente aos 12 meses de 2010.
Nas comparações anuais, o Ebitda cresceu 3,9% no último trimestre, para 64,55 bilhões de pesos mexicanos (US$ 4,61 bilhões), e 1,6% nos 12 meses de 2011, para 252,6 bilhões de pesos mexicanos (US$ 18,06 bilhões). Esse crescimento foi garantido pelo desempenho das operações nos mercados andinos, que compensaram quedas nos Ebitdas de operações como México, Brasil, Chile e América Central e Caribe, que tiveram reduções de 3,3%, 2,2%, 44,75 e 8,2% no trimestre, respectivamente.
Dados operacionais
A holding mexicana fechou dezembro com um total de 241,8 milhões de assinantes móveis (dos quais 14,35% pós-pagos); 29,4 milhões de linhas fixas, 15,1 milhões de acessos banda larga e 13,4 milhões de clientes de TV por assinatura.
Brasil
As operações brasileiras da América Móvel respondem por pouco menos de 30% das receitas totais da América Móvel. No último trimestre, as receitas brasileiras somaram R$ 5,92 bilhões (US$ 3,15 bilhões), crescimento de 6,3% em relação a igual período de 2010. Desse montante, R$ 3,24 bilhões da operação móvel da Claro e R$ 3,08 das operações fixas, que incluem telefonia fixa, banda larga e TV por assinatura (via cabo e DTH). A receita total é menor do que a soma das duas receitas porque reflete sobreposição de receitas das operações fixas e móvel e transações internacionais entre empresas da holding. No acumulado do ano, as receitas totalizaram R$ 22,8 bilhões (US$ 12,13 bilhões).
O Ebitda recuou 2,2%, no trimestre e 4,8% no acumulado de 2011, para R$ 1,35 bilhão e R$ 5,98 bilhões, respectivamente. As margens também caíram 1,9 ponto percentual na comparação anual do quarto trimestre, para 22,8%; e 3,2 pontos percentuais no acumulado de 2011 em relação aos 12 meses de 2010, para 29,4%
O aumento nos custos de programação de TV e nas despesas de manutenção – incluindo gastos relacionados à expansão de rede não contabilizados como Capex –, e maiores custos relacionados ao relacionamento com cliente, fidelização e crescimento da base móvel, segundo o relatório financeiro, impactaram negativamente as margens da empresa no País.