O governo da China decidiu estender as investigações sobre a compra da unidade de equipamentos de rede da Motorola Solutions pela Nokia Siemens, anunciada em julho passado, e que envolve a aquisição dos ativos da subsidiária chinesa da fabricante americana. Com isso, a aprovação do negócio continua suspensa pelos órgãos antitruste daquele país. A transação está avaliada em US$ 1,2 bilhão (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
Segundo o Ministério do Comércio da China (MofCom), as apurações agora estão na fase três, o que dá ao governo mais 60 dias para avaliar a compra. O prazo, porém, pode ser prolongado. A expectativa das empresas era que o negócio fosse concluído ainda no ano passado. O transação é considerada essencial para a reestruturação Motorola, que acabou de realizar a separação (spin-off) de sua unidade que fabrica dispositivos móveis. Os motivos da ampliação do prazo de investigação, no entanto, não foram informados.
Em comunicado, a Nokia Siemens declarou que continua "comprometida com a compra, mas não pretende mais fazer previsões sobre sua conclusão". A Motorola, por sua vez, informou que estima que as investigações termimem no próximo trimestre.
A decisão do governo chinês de protelar o negócio vem após o governo americano ter obrigado a Huawei, fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações, a desistir da compra de ativos da americana 3Leaf, desenvolvedora de tecnologia de integração de servidores. O Comitê para Investimentos Estrangeiros nos EUA (CFIUS) usou como justificativa usuada para o bloqueio é que a empresa não o informou sobre o negócio, de US$ 2 milhões. O órgão "recomendou" à Huawei que desistisse do negócio, sob ameaça de tê-lo bloqueado pelo próprio presidente americano Barack Obama.
Outro aspecto que pode ser alvo das apurações do MofCom é o processo impetrado em janeiro pela Huawei para tentar barrar a compra dos ativos da Motorola pela Nokia Siemens. A companhia chinesa alega que o negócio resultará no repasse de suas patentes pela Motorola Solutions, uma de suas parceiras de negócios, à joint venture. Nada ainda foi decidido, mas a Justiça americana já emitiu decisão favorável à Huawei, no fim do mês passado. Isso, segundo especulações da imprensa internacional, pode ter sido um dos principais motivadores para a extensão da investigação.
- Retaliação?