O modelo de correspondes bancários, instrumento que permitiu aos bancos atrair a população de baixa renda, será direcionado, agora, para a faixa da população das classes A e B.
Levantamento realizado pelo Relatório Bancário junto a 58 executivos de 28 instituições financeiras, revelou a intenção de algumas instituições financeiras em firmar convênios com estabelecimentos comerciais instalados em shopping centers, revendas de automóveis e outras lojas freqüentadas pela população de maior poder aquisitivo.
Esse público, que até então não era o alvo do modelo de correspondentes bancários, passou a ser prioridade para 36% das instituições financeiras consultadas, ou seja, elas estão considerando a oferta de parcerias com estabelecimentos comerciais focados na classe média. Há que se ressaltar, entretanto, que a população de baixa renda, que se encontrava fora do sistema bancário, continua com o status de prioridade máxima dos correspondentes bancários.
As vendas de seguro pessoal e de títulos de capitalização serão os principais serviços oferecidos pelos bancos no modelo de correspondentes bancários. Segundo a pesquisa 14% das instituições irão receber propostas para a abertura de contas via comércio e 18% irão aceitar saques via cartão na boca do caixa das lojas conveniadas.
O ABN Amro Real é um dos que estão de olho nos clientes de alta renda. O banco, que conta atualmente com 1.142 lojas conveniadas, pretende ativar outros 1.087 estabelecimentos comerciais no semestre. A Caixa Econômica Federal, por sua vez, que possui 4.045 correspondentes bancários, fora as casas lotéricas, revelou que pretende continuar utilizando o sistema como meio de bancarização e fomento às microfinanças.