Sem fazer barulho, a Satyam, prestadora de serviços de TI indiana, promete colocar em operação no Brasil, em no máximo 90 dias, uma fábrica de software que tem a proposta de se tornar um centro de desenvolvimento global da companhia.
Ideval Munhoz, executivo que comanda a subsidiária brasileira desde a sua entrada no País, no ano passado, promete a inauguração da fábrica de software entre junho e julho. Segundo ele, uma parte do desenvolvimento será concentrada em São Paulo e outra em uma cidade no interior do Estado, mas a localidade ainda está em sigilo.
A Satyam está entre as quatro gigantes do segmento de serviços de TI da Índia, ao lado da Tata, Wipro e Infosys — cada uma com faturamento superior a US$ 1 bilhão por ano — e está presente em 53 países.
A sua chegada ao Brasil, em junho do ano passado, foi silenciosa. Diferentemente de sua concorrente Tata, que fez joint venture com o grupo brasileiro TBA para entrar no mercado brasileiro, a Satyam, optou pelo vôo solo.
?A empresa veio para atender clientes globais que já estavam no Brasil?, conta Munhoz, executivo que veio da CPM. Segundo ele, das 500 empresas da Fortune, 300 estão na carteira de clientes da Satyam e pelo menos 50 delas atuam no mercado brasileiro.
Além de prover serviços de outsourcing, a indiana faz implementações de sistemas de gestão empresarial (ERP), BI e data warehouse, já com clientes no Brasil, dentre eles empresas locais.
Nesse quase um ano de operação, a empresa atendeu contas globais e também conquistou três contratos novos.
Planos de expansão
A Satyam Brasil já conta com cerca de 100 funcionários e deverá fechar o ano com uma equipe de 500 colaboradores. Munhoz não revela os investimentos da companhia para o Brasil, mas afirma que os valores não são baixos e que a empresa indiana aposta as fichas no País.
?A Satyam Brasil entrou na rota global da companhia e será base de offshore para o mundo?, diz o executivo, que negocia um grande contrato com uma empresa norte-americana para prover serviços de outsourcing a partir do Brasil.
O executivo explica que o País tem muita proximidade com os Estados Unidos e grande potencial de exportação de serviços, embora ainda precise vencer a barreira da língua.
?Nossos custos de mão-de-obra são competitivos?, afirma ele, ao dizer que a chegada das indianas no Brasil ajuda a alavancar os serviços de exportação e a impulsionar o mercado local de serviços.
Além da inauguração do centro de desenvolvimento, a Satyam planeja criar uma estrutura de vendas no Rio de Janeiro e expandir para outros países da América Latina. Até o final do ano, a empresa abrirá uma filial nova região.