Iniciando o segundo dia Data Management Forum, promovido pela TI Inside, nesta quarta, 10, trouxe os cases reais de segmentos como de Marketing e Finanças, com participação de executivos e especialistas que debateram os desafios para fidelizar, engajar e gerar negócios baseadas em data insights.
Para Thiago Mello, CMO da Linx, o marketing evoluiu juntamente com o varejo e desse legado sobreveio a realidade do multicanal para chegar ao consumidor. Antes as realidades de vendas eram distintas, vendas físicas nas lojas e vendas digitais por meio de site e ambas as realidades não se conversavam. "A partir do momento que se passou a ser Omnichannel ( e-commerce, sites, lojas físicas, etc.) houve uma otimização da cadeia de vendas, destravando valor dos dados para os negócios. Caminhando nessa evolução, estamos chegando ao chamado Unified Commerce que se percebe não um local de vendas, mas o acesso a uma marca, não importando o meio, mas onde se preza a jornada do cliente e onde a tomada de decisões ocorre baseada nos dados a fim de possibilitar a melhor oferta possível", explicou o executivo.
Segundo ele o futuro do marketing está onde se oferece formas variadas para o consumidor interagir e adquirir um produto, não julga as opções e nem em relação aos concorrentes, mas prioriza um contato sem atritos como por exemplo ocorre entre os consumidores dos streamings de filmes e séries Netflix . "As marcas precisam mudar a forma de pensar o marketing e tudo que se relaciona com consumidor, pois é preciso perceber essa mudança. O Now Customer que pode ser acessado via chats é aquele que vai predominar no mercado e junto com outros meios que a digitalização proporciona", complementa.
Para Thiago Melo, a cadeia de valor do retail está sendo digitalizada indicando somente no Brasil um crescimento online grande durante a pandemia, se comparado a outros países no mundo e prevê de 19% de crescimento de compras para este ano.
"Hoje vemos, no pós-pandemia, que a compra pode ser física mas a pesquisa com o cliente é digital. Ao mesmo tempo que mais e mais consumidores são influenciados por outras pessoas via redes sociais. Esse uso do mundo digital gera dados e mostra um crescimento efetivo. Todo esse ecossistema vive e é alimentado por dados que precisam de ferramentas e se retroalimentam de tecnologia", ponderou Melo.
Como reforçou o executivo, a aceleração constante de compra e venda dentro das redes é impulsionada pela tecnologia e ganha reforço para uma tendência já identificada no marketing onde o consumidor entra em grandes redes digitais mas prefere um tratamento individualizado e neste contexto entra a IA que permitirá essa individualização possibilitando a comunicação direta, no canal e nas ofertas personificadas.
"Essa jornada do consumidor conecta o mundo físico e digital com os dados num local com interfaces e este é o grande desafio para a jornada digitalizada. O futuro do marketing está na personalização, na omnicanalidade do marketing, na criação de conteúdo , no uso desse conteúdo de marketing pela AI e na responsabilidade social das empresas visando a melhor experiência do consumidor", observou.
Marcelo Pontieri, diretor de marketing da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina conhecida pelos seus produtos dirigidos ao mercado de games, explicou que por meio de sua divisão de enterprise utiliza de seu portfólio de produtos para atender também ao marketing das empresas.
"O marketing de hoje se insere no ecossistema de Data Management Entreprise que lida essencialmente com todo o ecossistema de processamento de dados que utilizam edge computing e todo um arsenal de network de tráfego de dados em data centers, onde se utilizam de IA e software para analytics cuja função em última análise proporcionar informações de valor a organização que irá oferecer produtos e serviços ao consumidor de forma o mais personalizada possível", resumiu o executivo.
Como ele comentou na apresentação a evolução tecnológica e suas ondas atendem as empresas globalmente e mais recentemente com frameworks de recomendações para os clientes – baseados nas buscas digitais do consumidor , com o objetivo de aproximar os entes do mercado.
Ele mostrou dois cases da NVidia com empresas multinacionais como o Walmart e Dominos Pizza onde a IA foi usada para tratar sobre estoques e reposição , bem como rastrear entregas e roteiros mais rápidos para entrega de produtos. "Tudo isso acontece por meio de dados e permitem às empresas criarem insights com tecnologia e melhor processos", comentou.
Segundo Hawan Moraes, CEO e fundador da Simples Inovação, as pessoas não são só seres por si só elas existem interagindo com os meios digitais e, portanto, não há mais separação entre o físico e digital ao que se chama de phygital.
"O varejo e marketing mudaram com novos paradigmas e a jornada de compra está mais difícil de segmentar. A personalização é o ideal e para isso entender o comportamento do consumidor por meio de dados que existem sobre as pessoas é uma tarefa a ser feita nos dias de hoje. Coletar dados é fácil, mas se não entendermos o significado deles não se gera valor e, portanto, não haveria resultados na prática ", ressaltou o executivo.
Como disse, hoje estamos vivendo a era da perspectiva onde se evidencia o uso de dados ."No entanto, dado não é informação e informação não é conhecimento. Conhecimento não é resultado sem que haja uma estratégia. O futuro do marketing está na interpretação dos dados para colher os resultados ", conceituou.
Gustavo Franco, Country Manager da Labelium disse em sua apresentação que a jornada do consumidor não é mais linear e figura agora novos conceitos neste meio a empatia e a sustentabilidade.
"A empatia com o consumidor e a sustentabilidade dos produtos são resultado da observação dos dados. E somente esta análise permite este approach qualitativo do consumidor, possibilita se ter a previsibilidade e dar o empoderamento analítico da cadeia de negócios e dessa forma poder fazer previsões melhores preparando-se para o futuro", disse.
Setor financeiro
Encerrando a edição de 2023 do Data Management Forum, promovido pela TI Inside , nesta quarta, 10, houve o debate entre especialistas do setor financeiro, onde o uso de dados tem alavancado o avanço dos bancos digitais e fintechs, onde dominar a tecnologia é fundamental para competirem nesse concorrido mercado.
Segundo João Gabriel, head de Tecnologia da Ideen, LinkedIn top voices, a revolução dos dados no mercado financeiro ocorreu dada a enorme quantidade de dados onde se baseiam as empresas para análises de comportamento, previsão de demanda ou detecção de fraudes neste segmento.
Conforme explicou, o uso intensivo de tecnologia possibilitou enxergar oportunidades neste mundo com o nascimento das fintechs que foram protagonistas de inovação, possibilitaram oportunidades: e veio de encontro a uma geração hiperconectada. "A tecnologia permitiu avanços e inovação e competitividade em comparação aos grandes bancos burocráticos, caros , nada flexíveis, além da inclusão de pessoas fora do sistema financeiro", lembrou.
André Silva, Diretor Executivo de Tecnologia da CERC Central de Recebíveis, falou de como os dados vieram transformar o ecossistema brasileiro com dados.
"Como empresa de infraestrutura de mercado o uso de dados possibilitou que empresas utilizassem o grande volume de dados processados entre quem empresta e quem precisa de dinheiro pudesse realizar negócios, unindo estas duas pontas em grandes volumes com menores riscos. Tudo possibilitado pela análise profunda dos dados", explicou o executivo.
Segundo ele, a análise de dados permitiu às organizações tomarem decisões com alto nível de precisão , usando estratégias para manipular esse volume de dados e também gerar garantias ao mercado.
Nelson Chieh, Chief Data Officer na Afinz empresa de produtos e serviços financeiros destinados ao SMB e pessoas físicas corroborou com a ideia de que os dados possibilitaram que surgissem soluções para interagir com a infra estrutura financeira.
Conforme ressaltou a inteligência extraída dos dados que geram insights transformar estratégias e melhorar experiência de clientes seja na precificação ou ofertas aos clientes.
Bruno Chan, CEO e cofundador da Klavi, startup da área financeira B2B, enfatizou que dados geram negócios e ajudam empresas a vender mais e gerar engajamento com clientes .
"Ao compartilhar informações é possível oferecer melhores serviços geram para suas áreas de negócios novas possibilidades e melhor serviços para seus clientes", diz o executivo.
Como uma empresa Open Finance cujo objetivo ( idealizado pelo Banco Central) foi desburocratizar o acesso a serviços financeiros, padronizando e unificando dados dos usuários em um único sistema e colocando o consumidor no protagonismo do que fazer com suas informações.
"Criamos modelos de renda para CLT, autônomos e novos investidores pelo uso das informações. O objetivo é gerar maior integração de serviços financeiros entre as empresas ao mesmo tempo com obrigação de proteger a confidencialidade e o sigilo dos dados dos usuários, ofertando soluções mais personalizadas; menos burocracia nascidos da estratégia do uso dos dados", finalizou.