No cenário atual de transformação digital, onde serviços baseados em nuvem estão sendo adotados em um ritmo exponencial, empresas de todas as envergaduras enfrentam a necessidade imperativa de uma rede que não apenas seja confiável e ágil, mas que também represente um investimento eficiente e viável. Arquiteturas de rede WAN (Wide Area Network) tradicionais, muitas vezes, revelam-se onerosas e complexas quanto à sua implementação e manutenção contínua. É nesse contexto que as redes SD-WAN (Software-Defined Wide Area Network) emergem como uma alternativa disruptiva, prometendo economia, escalabilidade ilimitada e segurança robusta.
Analistas do instituto Gartner projetam que, em dois anos, até 25% das corporações farão a transição para soluções SD-WAN, por se destacarem por aplicar conceitos de virtualização nas conexões WAN, possibilitando a interligação ágil de redes corporativas, filiais e datacenters através de um modelo operacional simplificado. As SD-WANs transcendem as barreiras das arquiteturas tradicionais ao aprimorar significativamente a qualidade do serviço (QoS), ao reduzir latências e ao resolver problemas relacionados ao balanceamento de carga.
Tal desempenho é alcançado pelo emprego de técnicas de roteamento proativo e pela otimização de tráfego, que sincronizam múltiplas conexões, sejam elas MPLS (Multiprotocol Label Switching), banda larga convencional, links dedicados, LTE Wireless ou VPNs (Virtual Private Networks), para determinar a rota mais eficiente e custo-efetiva para cada pacote de dados.
No comparativo com as soluções de MPLS, a SD-WAN se sobressai em cinco aspectos cruciais: economia, resiliência, simplicidade operacional, visibilidade aprimorada e melhoria da segurança.
Do ponto de vista de custo-benefício, a SD-WAN mostra-se substancialmente mais acessível em relação aos modelos tradicionais. Através do seu inteligente mecanismo de roteamento sobre múltiplas conexões, ela permite que dados de menor sensibilidade e prioridade transitem por canais públicos de menor custo, enquanto informações críticas são direcionadas por meio de vias privadas e seguras.
A infraestrutura exigida pela SD-WAN é menos complexa, pois consolida funções de múltiplos dispositivos — como firewalls, roteadores, controladores e dispositivos de otimização de WAN — em uma plataforma virtual unificada. Recursos de firewall, frequentemente embutidos nas soluções de SD-WAN, potencializam o retorno sobre o investimento, pois eximem as organizações da necessidade de adquirir e administrar soluções de firewall autônomas.
A resiliência é outra vantagem notável. Diferentemente das conexões que dependem unicamente de MPLS ou de túneis IP estáticos, a SD-WAN emprega uma metodologia que realoca dinamicamente o tráfego de dados no caso de uma falha de link, garantindo uma conexão ininterrupta e confiável — um diferencial importante para organizações que se encontram em plena migração para ambientes em nuvem.
Quanto à escalabilidade, arquiteturas tradicionais frequentemente se tornam um entrave devido à necessidade de uma infraestrutura física robusta e diversificada. Em contrapartida, a SD-WAN simplifica este panorama, adotando uma abordagem centralizada de gerenciamento por software, o que torna o processo de escala da rede notavelmente mais ágil e menos complexo.
Em relação à segurança, tanto as redes SD-WAN quanto as MPLS proporcionam camadas de proteção. Contudo, por não possuírem soluções de segurança embutidas, muitas empresas optam por integrar serviços ou ferramentas de segurança adicionais. A SD-WAN facilita essa integração com as soluções de segurança disponíveis no mercado, tornando-a uma escolha estratégica para a arquitetura de rede de longa distância das organizações.
Neste panorama de evolução das redes empresariais, a SD-WAN se apresenta como uma solução inovadora que elimina a complexidade de conectividade ao mesclar redes públicas e privadas. O resultado é uma infraestrutura de rede que não só é mais confiável e rápida, mas também proporciona uma comunicação mais fluida e com menor latência entre os serviços de nuvem e os centros de dados, redefinindo a eficiência operacional em um mundo cada vez mais digitalizado.
Renato Cavallari, Head de TC da Deutsche Telekom Global Business.