Incentivo e formalização do uso de IA deve ser papel dos governos, aponta estudo

0

Em um contexto como o atual, em que a inteligência artificial tem expandido suas capacidades, podendo otimizar uma quantidade cada vez maior de recursos, a Minsait, empresa de transformação digital e TI do grupo Indra, tem procurado chamar a atenção do setor público para a importância da promoção e do direcionamento dessa tecnologia para o desenvolvimento social, por meio de incentivos ao avanço da IA e à capitalização de suas vantagens e oportunidades.

De acordo com Luis Fernández Hernando, diretor global de Administrações Públicas da Minsait, "a sociedade precisa de lideranças capazes de fomentar a regulamentação, a aplicação e a promoção da inteligência artificial, a fim de garantir que os serviços públicos não só se adaptem às atuais expectativas da população, mas também se antecipem na resposta às futuras exigências dos cidadãos".

Pensando nisso, a empresa acaba de publicar o relatório "Inteligência Artificial nas Administrações Públicas: Disrupção e Necessidade", no qual destaca o potencial desse recurso para melhorar a eficiência, a transparência e o desenvolvimento de governos e organizações públicas, com o intuito de garantir respostas mais ágeis e eficazes às necessidades da população, mas também de alavancar a digitalização dos expedientes governamentais, em diferentes níveis de maturidade.

O estudo aponta ainda a necessidade das organizações públicas se familiarizarem com as oportunidades criadas pela IA para torná-las entidades mais flexíveis e adaptadas ao usuário, além de catalisadoras da inovação, a partir de uma adoção realista e organizada da inteligência artificial, a fim de garantir e priorizar uma abordagem humanizada e de qualidade no atendimento à população.

A Minsait defende também uma aplicação da IA focada na excelência e numa proposta de valor que contemple os servidores e cidadãos enquanto atores-chave para a criação de um futuro mais resiliente tecnicamente, além de sustentável e seguro. Tudo isso sem prejuízos aos direitos individuais, com o apoio de quadros regulatórios e de segurança, capazes de pautar de maneira efetiva o uso ético e responsável da inteligência artificial.

Regulamentação em prol do cidadão

O relatório da Minsait mostra que, embora a IA traga inegáveis oportunidades ao setor público, ainda há obstáculos e receios que resistem, em grande medida, por conta da ausência de um quadro regulatório sólido. Nesse sentido, a empresa destaca ainda a importância de se buscar o equilíbrio, a partir de uma regulamentação que proteja os direitos fundamentais do indivíduo, porém sem comprometer o avanço tecnológico e o curso natural da inovação.

De acordo com Luis Fernández Hernando, para alcançar esse patamar de desenvolvimento, "é fundamental que o setor público adote a inteligência artificial de forma responsável e estruturada, estabelecendo diferentes critérios de regulamentação e governança que gerem confiança jurídica e social".

Nesse sentido, foram registrados avanços recentes e significativos, em especial no contexto do mercado europeu, onde foi aprovada a Lei da Inteligência Artificial (AI Act), que procura estabelecer um quadro jurídico específico no que diz respeito ao desenvolvimento, comercialização e utilização da IA.

Novos cenários para o setor público

Para além de uma questão de modernização tecnológica, a incorporação da IA pelo setor público representa um passo essencial para a criação de uma administração mais inteligente, acessível e proativa, em meio a um contexto de crescente digitalização, no qual tem surgido um consenso sobre a necessidade de se preservar princípios éticos e direitos individuais. Essa digitalização desempenha, portanto, um papel fundamental para o incentivo à inovação e a novos avanços tecnológicos voltados ao fortalecimento da cibersegurança e à proteção das infraestruturas e informações das administrações públicas.

Além de comprovar esse movimento, o relatório setorial da Minsait também mostra como o amplo potencial da IA se aplica a todas as fases do ciclo de vida de documentos administrativos, fazendo da inteligência artificial um recurso indispensável para agilizar e simplificar procedimentos internos. Isso vale tanto para análise documental e geração automática de metadados quanto para automatização da criação de documentos e resumos e aceleração do disparo de relatórios entre diferentes unidades. A IA também facilita a interoperabilidade entre governos dentro do mesmo ambiente digital, criando um ecossistema conectado e dinâmico, baseado na transparência administrativa e tecnológica.

Por fim, o estudo destaca a figura dos servidores públicos, uma vez que o uso desses recursos tecnológicos impacta de maneira transformadora a relação habitual entre a administração e seus funcionários, promovendo uma mudança cultural no ambiente do serviço público. Esse movimento promoverá a criação de novas funções e perfis profissionais, com vistas à melhoria da qualidade e do desempenho dos servidores em suas respectivas funções.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.