A vanguarda brasileira no Open Finance e com o Pix dá destaque ao Brasil para áreas nunca antes reconhecidas: a tecnologia e o sistema financeiro. O país do carnaval e da exportação de commodities ganha cada vez mais notoriedade com os avanços e novidades como os recém-anunciados PIX Automático, BolePIX e PIX Garantido e atrai o olhar de empresas estrangeiras, que trazem novos modelos e impulsionam a inovação e a manutenção do pioneirismo tupiniquim.
O Brasil ficou 18 anos sem novos produtos após a criação do TED, em 2002, e compensou nos últimos três anos, em que teve avanços significativos com o PIX, o Open Finance e o Real Digital – que já está em teste. Esse progresso trouxe reconhecimento internacional, passamos a ser mais do que o país do samba, do futebol e da Fórmula-1 e aumentam o interesse de empresas de fora, que vêm a chance de entrar em um dos maiores mercados consumidores do mundo, com 215 milhões de pessoas.
Em 2021 houve recorde no número de empresas estrangeiras solicitando instalação no país, com a marca histórica de 36, segundo o Ministério da Economia, e esse índice deve ter um salto exponencial nos próximos anos. Somos receptivos, abertos à inovação e ávidos por tecnologia, e o Open Finance está abrindo a porta que dá acesso a todo o sistema de informações que mapeia o comportamento do consumidor e suas dificuldades. A dor do brasileiro é o crédito limitado e os juros altos – e é preciso crédito para consumir e movimentar a economia. As instituições de fora querem oferecer produtos mais aderentes para esse público com grande potencial – em um país de alta concentração bancária e ainda de muitos desbancarizados.
A inovação tem transformado a realidade do brasileiro. O uso de cartão de crédito continua crescendo mesmo após a chegada do PIX, que teve recorde de três bilhões de operações em abril e movimentou R? 10 trilhões em 2022. A vinda de tecnologia e de formatos estrangeiros impulsionam mais a evolução e resguarda a vanguarda do Brasil, com competitividade saudável e desenvolvimento socioeconômico. Mas é preciso que se tenha uma visão clara do ecossistema para construir produtos financeiros que tenham o impacto social e econômico esperado e contribuam para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
Gabriel Falk, economista formado pela UFPR, com MBA em Bancos e Instituições Financeiras (FGV) e especialização em Bank Management no Goethe Business School.