O Brasil perde espaço em inovação tecnológica e usa mal seus recursos destinados à ciência e tecnologia. Levantamento anual publicado esta semana pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi), entidade ligada à ONU, revela que, entre 2004 e 2005, o número de solicitação de patentes no país caiu 13,8%, enquanto em praticamente todo o mundo aumentou.
Segundo o estudo da Ompi, um quarto de toda a tecnologia disponível hoje no planeta está nas mãos de apenas três países asiáticos: China, Japão e Coréia do Sul.
O estudo tem como base dados de 2005 ? os últimos disponíveis ? e, na avaliação da Ompi, são um espelho dos avanços tecnológicos de um país. Em 2005, 600 mil patentes foram dadas a empresas e universidades em todo o mundo. A maioria delas (74%) estão no Japão, Estados Unidos, China, Coréia e Europa. Dentre esses países, a China foi o que mais cresceu, com um aumento de 33% nas patentes registradas entre 2004 e 2005. Para a Ompi, isso mostra que o gigante asiático está deixando de ser o país da pirataria e buscando desenvolver sua própria tecnologia. Em apenas dez anos, o número de patentes registradas se multiplicou por dez na China.
O levantamento mostra ainda que, entre 2004 e 2005, o número de solicitações ao escritório de patentes chinês aumentou 42%, ante uma média mundial de 6,6% e a redução em alguns países como no caso do Brasil. Na avaliação da entidade, os números refletem as políticas do governo chinês de transformar o país em um centro de tecnologia, e não apenas de montagem de produtos elaborados no exterior.