O baixo número de empresas nacionais com domínios na internet pode dificultar a expansão do comércio eletrônico no país. Segundo a Icann, empresa responsável pela distribuição de endereços na internet, a falta de incentivo à comercialização de domínios no Brasil agrava ainda mais a situação.
"O Brasil tem 3,2 milhões de domínios para 190 milhões de habitantes, enquanto a Argentina tem 2,7 milhões de domínios para 40 milhões de habitantes", compara a representante da Icann, Vanda Scartezini, que responde pelas estratégias para a América Latina e Caribe. "Mais de 3 milhões de pequenas empresas no Brasil não têm domínio. Ou seja, não têm vitrine para participar do comércio eletrônico", acrescentou.
A venda dos domínios brasileiros é feita pelo Registro BR, organização não governamental de gestão mista que tem em seu comitê gestor representantes do governo e da sociedade civil. "Não há uma rede de revenda de domínio que possibilite alguma margem de lucro, a exemplo do que outros donos dos principais domínios fazem. O resultado é que ninguém vende nem se sente estimulado a vender porque consegue o mesmo, pelo mesmo preço, no Registro BR", explica Vanda.
A executiva ressalta ainda que apesar de apenas a metade dos usuários de internet no país utilizarem o comércio eletrônico, este é um mercado promissor, principalmente devido ao chamado bônus demográfico brasileiro, período em que o país alcançará a maior proporção de pessoas em idade ativa, entre 15 e 64 anos, em relação à população total. "O Brasil terá uma população [majoritária] economicamente ativa até 2025, que poderá usar a internet para fazer suas compras", completou. Com informações da Agência Brasil.