Fatores de risco cibernético que pequenas e médias empresas devem conhecer

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Pequenas empresas são frequentemente vistas como alvos fáceis para ataques cibernéticos sofisticados. Isso ocorre porque muitas vezes elas não possuem os mesmos recursos de segurança que grandes corporações.

Ataques de engenharia social, como phishing, são comuns e podem enganar funcionários para que revelem informações sensíveis. Além disso, ataques de malware podem comprometer sistemas inteiros, resultando em perda de dados e interrupções significativas nas operações. No Brasil, o número de tentativas de ataques cibernéticos cresceu 94% no primeiro semestre de 2024, totalizando 31,5 bilhões de tentativas. A conscientização e o treinamento contínuo dos funcionários são essenciais para mitigar esses riscos.

A falta de recursos financeiros e humanos dedicados à segurança cibernética é um desafio significativo para pequenas empresas. Sem uma equipe de TI dedicada ou um orçamento para soluções de segurança avançadas, essas empresas ficam vulneráveis a uma variedade de ameaças. Isso inclui desde vírus e spyware até ataques de ransomware, que podem criptografar dados críticos e exigir um resgate para sua liberação.

Um relatório recente da Sophos, divulgado em março de 2024, destaca que o ransomware continua sendo a maior ameaça para pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil. O estudo revela que quase 50% das detecções de malware em PMEs foram de keyloggers, spywares e stealers, usados para roubar dados e credenciais.

Mesmo quando pequenas empresas terceirizam seus serviços de TI e utilizam soluções baseadas na nuvem, a responsabilidade pela segurança dos dados ainda recai sobre elas. Isso significa que os proprietários devem garantir que os provedores de serviços em nuvem sigam práticas de segurança rigorosas. Além disso, é crucial implementar medidas adicionais, como criptografia de dados e autenticação multifator, para proteger contra acessos não autorizados.

Apesar da adoção contínua da nuvem, os desafios na implementação de segurança consistente em ambientes multinuvem permanecem. De acordo com relatório de índice de nuvem da Nutanix, as questões de segurança e conformidade são uma das principais preocupações (56%), agindo como um obstáculo no caminho para uma adoção mais rápida de estratégias multicloud. As organizações também citam desafios técnicos (52%) e restrições de recursos (49%) como barreiras à adoção da nuvem.

No Brasil, as PMEs têm adotado cada vez mais soluções em nuvem para melhorar a eficiência e a flexibilidade de suas operações. Um estudo da Microsoft revelou que 93% das PMEs brasileiras aceleraram seu processo de transformação digital desde o início da pandemia, com muitas delas adotando tecnologias baseadas na nuvem1. No entanto, essas empresas também enfrentam desafios significativos em termos de segurança e conformidade, que podem dificultar a implementação de estratégias multinuvem de forma eficaz.

Para mitigar esses riscos, os proprietários de pequenas empresas devem adotar uma abordagem proativa em relação à segurança cibernética. Isso inclui a realização de avaliações regulares de risco para identificar vulnerabilidades e a implementação de políticas de segurança claras. Treinamentos regulares para funcionários sobre práticas seguras de uso de e-mail e internet também são fundamentais. Além disso, estabelecer um plano de resposta a incidentes pode ajudar a minimizar os danos em caso de um ataque cibernético. No Brasil, o mercado de cibersegurança está crescendo rapidamente, com uma previsão de atingir US$ 3,34 bilhões em 2024 e crescer a uma taxa composta anual de 10,30% até 2029, de acordo com levantamento da consultoria Mordor Intelligence.

As PMEs representam uma parte significativa da economia brasileira. Dados do Sebrae indicam que elas respondem por cerca de 27% do PIB e empregam mais de 50% da força de trabalho formal no país. No entanto, muitas dessas empresas enfrentam desafios únicos em relação à segurança cibernética. A falta de recursos financeiros e humanos dedicados é um fator significativo. Muitas PMEs também não têm acesso a informações e treinamentos adequados sobre as melhores práticas de segurança.

A transformação digital, acelerada pela pandemia de COVID-19, aumentou a dependência das PMEs em tecnologias digitais e, consequentemente, a exposição a riscos cibernéticos. A adoção de soluções baseadas na nuvem, comércio eletrônico e trabalho remoto trouxe novos desafios de segurança que muitas PMEs ainda estão aprendendo a gerenciar. A conscientização sobre a importância da segurança cibernética e o investimento em soluções acessíveis são cruciais para proteger essas empresas contra ameaças cibernéticas.

Análise de riscos para PMEs ao adquirirem um seguro cibernético

A análise de riscos é um passo crucial para PMEs que desejam adquirir um seguro cibernético. Esse processo ajuda a identificar vulnerabilidades, avaliar a exposição a ameaças e determinar as necessidades específicas de cobertura. Aqui estão os principais aspectos a serem considerados:

1. Identificação de ativos críticos
O primeiro passo na análise de riscos é identificar os ativos críticos da empresa, como dados de clientes, informações financeiras e propriedade intelectual, que são frequentemente os alvos principais de ataques cibernéticos. No Brasil, onde as PMEs representam uma parte significativa da economia, a proteção desses ativos é essencial para a continuidade dos negócios.

2. Avaliação de ameaças e vulnerabilidades
As PMEs devem avaliar as ameaças cibernéticas mais comuns que enfrentam, como phishing, malware e ransomware. Além disso, é importante identificar vulnerabilidades nos sistemas de TI, como software desatualizado ou falta de medidas de segurança adequadas. No Brasil, de acordo com levantamento da Kaspersky, as PMEs enfrentam uma média de 365 tentativas de ataque por minuto, destacando a necessidade de uma avaliação rigorosa.

3. Impacto potencial dos incidentes
A análise de riscos deve incluir uma avaliação do impacto potencial de diferentes tipos de incidentes cibernéticos, o que envolve estimar os custos associados a violações de dados, interrupções de negócios e danos à reputação. No Brasil, o custo médio de uma violação de dados para PMEs pode ser significativo, afetando a viabilidade financeira da empresa.

4. Medidas de mitigação existentes
Antes de adquirir um seguro cibernético, as PMEs devem revisar as medidas de mitigação de riscos já implementadas. Isso inclui políticas de segurança, treinamento de funcionários e tecnologias de proteção, como firewalls e software antivírus. Uma análise detalhada dessas medidas ajuda a identificar lacunas na segurança que o seguro cibernético pode cobrir.

5. Escolha da cobertura adequada
Com base na análise de riscos, as PMEs podem escolher a cobertura de seguro cibernético que melhor atende às suas necessidades. As apólices podem variar em termos de cobertura, incluindo proteção contra violações de dados, ataques de ransomware e interrupções de negócios. No Brasil, seguradoras como Bradesco Seguros e Swiss Re oferecem apólices específicas para PMEs, facilitando a escolha da cobertura adequada.

6. Custo-Benefício do seguro cibernético
A análise de riscos também deve considerar o custo-benefício do seguro cibernético. Embora o custo de uma apólice possa parecer alto, ele deve ser comparado aos custos potenciais de um incidente cibernético. Dados recentes da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) confirmam que o mercado de seguros cibernéticos está crescendo rapidamente no país, com um aumento de 880% na procura por essas apólices nos últimos cinco anos, fato que reflete a crescente conscientização sobre a importância da proteção cibernética.

Diante do aumento das ameaças cibernéticas, o mercado de seguros cibernéticos para PMEs no Brasil está em expansão. Empresas como AIG, Latú Seguros e Swiss Re Corporate Solutions lançaram apólices específicas para pequenas e médias empresas, visando simplificar o processo de obtenção de seguro contra ameaças cibernéticas.
Essas apólices oferecem cobertura para uma variedade de incidentes, incluindo violações de dados, ataques de ransomware e interrupções de negócios causadas por ataques cibernéticos. A Horiens Risk Advisors já ajudou diversas empresas a conquistar suas apólices cyber com o uso de intelegência cibernética e modelos de riscos internos.

Esses seguros cibernéticos são projetados para cobrir os custos associados a incidentes cibernéticos, incluindo a recuperação de dados, notificações legais, multas regulatórias e até mesmo o pagamento de resgates em casos de ransomware. A crescente oferta de seguros reflete a conscientização crescente sobre a importância da segurança cibernética e a necessidade de proteção financeira contra os impactos de ataques.

Compreender e abordar esses fatores de risco é crucial para a proteção das PMEs. Ao investir em medidas de segurança adequadas e manter-se informado sobre as melhores práticas de segurança, os empresários podem reduzir significativamente o risco de ataques cibernéticos e proteger seus negócios. Afinal, a segurança cibernética não é apenas uma necessidade técnica, mas uma parte essencial da estratégia de negócios para garantir a continuidade e o sucesso a longo prazo. Empresas com alta resiliência cibernética fazem uma nação forte!

Ronaldo Andrade, CISO (Chief Information Security Officer) na Horiens.

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