O ex-vice-presidente da Cisco System para a América Latina, Carlos Roberto Carnevalli, foi libertado no sábado (8/12) do presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. Ele estava preso há 53 dias por envolvimento em suposto esquema de importações fraudulentas desbaratado pela Operação Persona, deflagrada em outubro pela Polícia Federal (PF) para desbaratar um suposto esquema de sonegação de impostos na importação de produtos da multinacional.
Junto com Carnevalli, também deixaram o presídio cinco executivos da Mude, principal distribuidora dos equipamentos da Cisco no Brasil: Moacyr Sampaio, Marcelo Ikeda, Fernando Grecco, José Pernomian Rodrigues e Hélio Pedreira. Todos, de acordo com a PF, participavam do esquema que era comandado por Carnevali e são réus em processo que corre na Justiça.
A ordem para a soltura dos executivos foi dada pelo juiz substituto da 4ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Luiz Pacheco Chaves de Oliveira. Carnevali e os diretores da Mude prestaram depoimento em juízo. Na semana passada, o mesmo juiz havia aceito pedido do Ministério Público Federal de aditamento à denúncia na Operação Persona, para acrescentar a prática do crime de formação de quadrilha (art. 288 do Código Penal) em relação aos réus. Ao todo, 14 dos 17 réus envolvidos no processo foram ouvidos entre quarta e sexta-feira da semana passada.
Os réus vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, uso de documentos falsos (arts. 304 e 299 do Código Penal) e descaminho (art. 334), que é a aplicação de meios ilícitos para reduzir os impostos das mercadorias que chegam ao país. Eles podem pegar de um a 20 anos de prisão.