Apesar de a maioria dos crimes realizados pela internet hoje serem provenientes da Rússia, China e países da América do Sul, pesquisadores da F-Secure apontam uma mudança na origem desses ataques virtuais para as regiões da América Central, Índia, China e África nos próximos cinco anos.
Essa tendência, de acordo com Mikko Hyppönen, chefe dos Laboratórios da F-Secure, é resultante de dois fatores: a maior penetração da banda larga e a existência de problemas sócio-econômicos como a falta de oportunidades de emprego na área de TI, por exemplo. "As pessoas desenvolvem competências na área de informática e tecnologia, mas encontram um mercado limitado para aproveitá-las legalmente, o que acaba colaborando para o aumento desses crimes."
O especialista lembra que, desde 2003, quando a internet se tornou mais popular em mercados emergentes, os crimes online também cresceram de uma forma exponencial no Brasil, China e países do ex-bloco soviético. "Essas regiões enfrentam problemas políticos e faltam leis de segurança voltadas para cybercrimes, o que facilita a ação desses tipos de criminosos", destaca Hyppönen.
O mapeamento traz, ainda, um histórico sobre as principais eras da atividade hacker em todo o mundo. O período que vai de 1986 a 2003, por exemplo, foi caracterizado por programadores que criavam vírus apenas como hobby, principalmente, nas regiões da Europa, Estados Unidos, Austrália e Índia. Já de 2003 a 2007, esses usuários passaram a atuar profissionalmente e a criminalidade online cresceu em países da ex-União Soviética, Brasil e China. A partir deste ano, de acordo com a pesquisa, países como México e África serão os próximos pontos de partida das novas ameaças. "As pessoas desses países vêem o crime online como uma oportunidade para melhorar seu padrão de vida", afirma Hyppönen.