A Dassault Systèmes, fornecedora de soluções em 3D e de gerenciamento do ciclo de vida de produtos (PLM, na sigla em inglês) sentiu os efeitos da crise e registrou queda de 6,5% em seu lucro líquido no quarto trimestre de 2008, o qual caiu para 71,6 milhões de euros, contra 76,6 milhões de euros registrados em igual período de 2007.
Na mesma comparação, a receita cresceu 5%, para 382,9 milhões de euros, ante 363,1 milhões de euros no ano anterior. Mas se não fossem consideradas as alterações monetárias, a receita teria recuado 1% no período, afirmou a empresa.
A receita com a venda de softwares ficou em 330,8 milhões de euros, alta de 7% ante os 308,3 milhões de euros obtidos no quarto trimestre de 2007. Em moeda constante, o crescimento teria sido apenas de 1%.
No ano passado, a receita da Dassault foi de 1,33 bilhão de euros, crescimento de 6% em relação ao 1,25 bilhão de euros apurado em 2007. Já o lucro aumentou 7,6% na comparação anual, saltando de 252,7 milhões de euros, em 2007, para 271,9 milhões em 2008.
Para este ano, a Dassault prevê um crescimento entre 1% e 3% em sua receita, com a margem operacional se mantendo estável, já que espera um ano difícil devido ao cenário econômico mundial.
A SolidWorks, que representa cerca de 22% da receita total da Dassault, faturou mais de US$ 400 milhões em 2008, ante cerca de US$ 350 milhões em 2007. Mas o resultado poderia ter sido melhor, já que a empresa também sentiu os efeitos da crise e registrou queda de 18% na venda de seu software de CAD no quarto trimestre do ano passado, que totalizou 11,2 mil unidades, contra 13,6 mil unidades em igual período de 2007.
A queda impactou diretamente as vendas do ano, que ficaram em 49,4 mil unidades, apenas 1% superiores em relação as de 48,8 mil unidades de 2007.
De acordo com o CEO da SolidWorks, Jeff Ray, as regiões nas quais a empresa continua com crescimento mais acelerado são a dos países que compõem o chamado Bric (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China).
Além dos Bric, o executivo apontou que o mercado mais promissor para a SolidWorks continuará sendo a região da Ásia-Pacífico, a qual deve puxar o crescimento da companhia.
Mesmo com a queda acentuada nas vendas no último trimestre de 2008, a SolidWorks disse que não pretende fazer demissões para corte de custos. "Temos muito dinheiro em caixa e o utilizaremos para estarmos preparados para enfrentar a crise e aproveitar as oportunidades que ele propicia", afirmou Ray, ressaltando que a crise afetou mais fortemente os Estados Unidos e que 56% de sua receita vem de fora do país norte-americano.
O repórter viajou para Orlando (EUA) a convite da empresa.
- Impacto da crise