Anunciada como tendência há poucos anos, não há dúvidas de que as cidades inteligentes já são uma realidade e chegaram para ficar. De acordo com estudo da Frost&Sullivan, o mercado global de smart cities movimentará cerca de US$ 1,565 trilhão em 2020, especialmente na Europa e América do Norte, regiões nas quais estarão 50% das cidades que demandarão por serviços inteligentes em meados de 2025. No Brasil, esse conceito de smart cities vem ganhando força.
Em comum, os administradores públicos em todo mundo encontrarão o desafio de prover serviços básicos a uma população que em 2025 será gigantesca. Cerca de 4,6 bilhões de pessoas estarão vivendo em áreas urbanas, ou seja, cerca de 50% da população mundial compartilhando espaço e serviços públicos básicos.
A resposta para isso é, como sempre, a tecnologia. Um recente estudo da IDC revelou que ela é a chave para a melhoria dos aspectos socioeconômicos de uma cidade, especialmente as que possibilitam conectividade. Afinal, consistem na base para a criação de serviços digitais em beneficio da comunidade e apoiando iniciativas relacionadas às áreas de educação, saúde, turismo, segurança e espaços públicos, além de prover banda larga de alta velocidade.
É claro que construir uma arquitetura de rede e modernizar a infraestrutura de telecomunicações das cidades é primordial e ponto de partida para qualquer projeto. Mas, isso só será realmente efetivo se, além de um desenho de redes apropriado, integradores e provedores de serviços de rede, produtos inteligentes e serviços de gestão fizerem parte do ecossistema da criação de uma smart city. Essas empresas devem integrar suas tecnologias, serviços e plataformas para oferecer uma experiência única, com benefícios diretos e indiretos à população, como melhor atendimento do serviço público, maior segurança para os moradores e turistas, incentivo a novos negócios e fortalecimento da economia local. Entretanto, a gestão da qualidade desses serviços é uma importante questão para que a cidade inteligente esteja pronta para auxiliar completamente a infraestrutura e a operação do município.
Por tratar-se de diversos serviços e tecnologias integradas, é fundamental que exista um gerenciamento da qualidade dessas aplicações digitais, como por exemplo, a mensuração de usabilidade, avaliando o nível de uso dos equipamentos e da gestão proativa de problemas em tempo real, e também da conectividade por meio do monitoramento da qualidade de rede e do sinal Wi-Fi.
Esse tipo de gerenciamento é responsável pelo suporte técnico remoto, gestão e resolução de problemas que acontecem no dia a dia, reduzindo os custos operacionais de manutenção e aumentando o tempo de vida da infraestrutura da cidade.
Além de melhorar o monitoramento e a gestão do município, com base na análise das informações e seu comportamento, a informação gerada por este tipo de tecnologia possibilita que gestores e cidadãos utilizem os recursos públicos de forma mais consciente.
A real inteligência das cidades começa por uma gestão de qualidade, capaz de direcionar corretamente os recursos, aumentando a eficiência dos serviços, a qualidade de vida e a satisfação da população. Uma verdadeira cidade inteligente está totalmente focada na geração de valor para o cidadão.
Helder Ferrão, diretor comercial & desenvolvimento de negócios da ISPM.