O presidente e CEO da Intel, Paul Otellini, esteve nesta terça-feira (11/3) em Bruxelas, capital da Bélgica e sede da Comissão Européia, para uma audiência sigilosa. O executivo foi defender a fabricante de chips das acusações de que teria abusado de seu domínio de mercado e usado descontos ilegais para prejudicar a concorrente AMD.
A companhia, que hoje responde pela venda de mais de três quartos de todos os microprocessadores de computadores que usam o sistema operacional Windows, foi alvo no mês passado de uma operação de busca e apreensão em seus escritórios, feita pelos órgãos antitruste da União Européia que procuravam evidências de que a fabricante pode ter quebrado as regras que garantem a concorrência.
As inspeções, feitas de surpresa, foram a primeira grande ação da União Européia em resposta às queixas da rival AMD, a qual alega que a Intel vem pressionando as grandes lojas a evitar vender computadores que usam seus chips. Ela acusa a empresa de utilizar táticas de intimidação para excluir todos os seus rivais das redes de varejo.
A Intel, por seu lado, diz que concorre de maneira dura com a rival, mas que age de acordo com a lei.
A Intel já enfrenta acusações da União Européia de monopólio e de abusar da prática de concessão de rebates (descontos concedidos posteriormente à compra por meio do envio pelo correio do recibo e outros dados relacionados ao produto adquirido) aos consumidores, que têm ficado muito abaixo dos preços que a UE diz ter cotado em relação aos produtos da AMD.
Karen Williams, a funcionária que presidiu a audiência, não tomou uma decisão sobre a disputa entre as duas fabricantes de chips, mas vai reportar suas observações à temida comissária européia da Concorrência, Neelie Kroes, que recentemente impôs multa de 899 milhões de euros (US$ 1,38 bilhão) à Microsoft por abusar de sua posição dominante no mercado. Ela é que recomendará uma decisão final em relação à Intel ao plenário da Comissão Européia.