Como já era esperado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) aprovou a compra da ITA Software, fabricante de software de reserva de passagens aéreas, pelo Google. A decisão foi comunicada após a empresa ter concordado com as diversas concessões impostas para que negócio pudesse ser aprovado.
Segundo o DOJ, o Google está obrigado a licenciar o software da ITA para outras agências on-line de viagens sem cobrar preços abusivos em relação aos de mercado. A medida visa conter qualquer tentativa do Google de exercer sua posição de dominância também no mercado de agências de web. O site de buscas também foi obrigado a estender os contratos com os usuários da ITA, nos mesmos termos, até 2016.
Por entender que a compra poderia prejudicar a inovação no setor de agências on-line, o DOJ exigiu que o Google também invista anualmente em pesquisa e desenvolvimento na área de atuação da ITA, nos mesmos patamares dos últimos anos. O Google está obrigado ainda a criar um mecanismo de firewall interno para que as informações dos usuários da ITA não se misturem com as dos usuários do Google e não sejam usadas inapropriadamente.
A compra da ITA, por US$ 700 milhões, foi anunciada pelo Google em julho do ano passado e desde então vem sendo duramente criticada por empresas do mercado de buscas, agências on-line de viagens e órgãos antitruste. As reclamações, invariavelmente, citam que a ferramenta de buscas acabará com a inovação no setor, pois exercerá o mesmo papel visto no mercado de publicidade on-line. Os insatisfeitos apontam que a presença do Google num mercado tão novo e promissor como o das agências digitais de turismo vai atrasar, e muito, seu desenvolvimento (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
Outra das imposições do acordo é a criação de uma comissão, escolhida por membros da Comissão Antitruste do DOJ, para fiscalizar a conformidade do Google em relação aos termos da liberação do negócio. Também será criada uma plataforma para permitir que usuários possam reclamar caso sintam que o Google não cumpre com alguma das exigências.
Em seu blog oficial, o Google não comenta as condições impostas pelo DOJ, apenas se limita a dizer que aceita os termos e trabalhará para concluir a aquisição "o mais rápido possível". A companhia, entretanto, diz estar confiante quanto aos possíveis lançamentos baseados na tecnologia da ITA, que já devem acontecer neste ano.
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