Impulsionado pela alta penetração de smartphones e um mercado de aplicativos ativo e diversificado, o Brasil se firma no cenário mobile internacional. Em 2023, os gastos dos usuários brasileiros em aplicativos móveis alcançaram US$ 1,7 bilhão, refletindo um incremento de 26,2% em relação ao período anterior e colocando o país no 11º posto global neste quesito. Em termos de receita, os apps geraram US$ 4,5 bilhões no Brasil no ano passado, com destaque para a categoria de entretenimento (13,4% deste montante) que cresceu cerca de 7% ante 2022, e a de e-commerce (13,11%), que aumentou 13,2% em relação ao período anterior. Os dados recém consolidados são da "Análise Mobile 2024", da Rocket Lab, em parceria com o Statista.
O relatório da adtech de mobile app growth, focada em soluções integrais para aquisição e retenção de usuários em aplicativos, também revela que o Brasil se manteve em 4º lugar em número de downloads de apps, com 10,2 bilhões em 2023 versus 10 bilhões no período anterior – em âmbito global, foram 257 bilhões de aplicativos baixados no ano passado. Em relação às categorias, a de entretenimento também se destacou, com 830 milhões de downloads, seguida pela de fintechs, com 429,3 milhões.
As conexões de telefonia celular somaram 221 milhões no país, superando a população brasileira de 215,3 milhões registrada pelo Censo de 2022, e impressionantes 97,1% da população brasileira acessam a internet pelo celular, versus 97,6% da média global, a ele dedicando 5,02 horas diárias, contra 5 horas da média global, informa o "Análise Mobile 2024".
"Mesmo diante de uma lenta retomada do crescimento da economia brasileira, a indústria de aplicativos móveis mostrou sinais positivos em 2023. Os dados trazidos pelo relatório comprovam que os usuários estão gastando mais com aplicativos, espelhando o fortalecimento da confiança dos consumidores brasileiros neste canal, bem como das empresas que estão investindo mais em publicidade digital em mobile", explica Bruno Ferreira, head de Vendas na Rocket Lab no Brasil.
Os investimentos globais com este tipo de publicidade atingiram US$ 362 bilhões em 2023, um incremento de 7,5% ante o ano anterior, e estão transformando a experiência dos usuários com as marcas no cenário mobile, aponta o relatório.
"Embora cortes no orçamento de marketing possam parecer uma solução rápida, empresas que fazem investimentos em publicidade mobile como uma prática perene e de constante aprendizado têm mais chances de se recuperar. Afinal, aplicativos desempenham papel importante na ampliação do alcance e participação das marcas no mercado, bem como no conhecimento e estreitamento do relacionamento com as audiências. O retargeting, por exemplo, pode ser uma estratégia eficaz para reter usuários e aumentar a monetização deste tipo de canal", pontua Ferreira.
De acordo com o executivo, há uma necessidade de inovação rápida e de estratégias de marketing de alta eficiência na otimização de campanhas mobile, como o growth hacking. A evolução global de tecnologias – como 5G, realidade virtual (RV) e inteligência artificial (IA) – também afeta o país, podendo impulsionar o engajamento dos usuários nos apps e oferecendo novos insights e oportunidades para os anunciantes.
"Outra tendência que precisa ser acompanhada de perto é a expansão global do iOS. Apesar de o mercado de smartphones ainda ser dominado pelo Android em comparação com o iOS, outras pesquisas têm apontado maiores gastos dos usuários de iOS em apps. Além disso, 2023 foi o primeiro ano, depois de 13 anos, em que a Apple vendeu mais celulares do que a Samsung, e tudo isso vem corroborando para que os investimentos em mídia em iOS venham crescendo em comparação com os anos anteriores", observa Ferreira.
Enquanto o Brasil segue muitas das tendências globais, sua alta penetração móvel, envolvimento dos usuários, crescimento explosivo em downloads e gastos de usuários destacam seu mercado único e vibrante. Para o head de Vendas da Rocket Lab no país, a expectativa para 2024 é de um foco contínuo na personalização, inovação tecnológica e eficiência do marketing, com um leque ainda maior de oportunidades para marcas e desenvolvedores que podem navegar neste cenário cada vez mais dinâmico.
"O mercado brasileiro de aplicativos deve ter uma grande expansão nos próximos anos. Tal crescimento é impulsionado por vários fatores, como a penetração de smartphones, o aumento do acesso à internet e a inclinação dos usuários para escolher serviços digitais. O mercado também é estimulado pelos avanços da tecnologia em aplicativos móveis e pela ampliação da variedade de apps disponíveis, o que também vem ocasionando um aumento da competitividade. Também é importante destacar o ecossistema brasileiro de startups, que desempenha um papel significativo no desenvolvimento e inovação em aplicativos", avalia Ferreira.
Para ele, acompanhando as tendências e contando com um bom parceiro e estratégias de mobile marketing corretas, é possível às marcas se destacarem ainda mais no mercado. "Num cenário altamente competitivo, apostar em parceiros de mídia que garantam uma estratégia inteligente e alcance a fontes de tráfego complementares de qualidade, é fundamental para impulsionar as instalações, o engajamento e a rentabilidade dos apps. Também é preciso combinar diferentes campanhas para impulsionar os resultados, não focando em apenas um tipo de campanha com um só modelo de custo, o CPA fixo, geralmente, e ampliando a cobertura para todas as etapas do funil. Finalmente, é mais que recomendável usar e abusar do retargeting para garantir a retenção de um usuário cada vez mais disputado pelas marcas", preconiza.