Às voltas com a desaceleração do mercado mundial, a Wipro Technologies, braço de outsourcing do grupo indiano Wipro, planeja expandir sua atuação nos chamados mercados emergentes e conquistar clientes em indústrias onde ainda não atua, segundo informações do The Wall Street Journal.
Segundo o CEO da Wipro Technologies, Girish Paranjpe, a empresa está fazendo incursões em setores como de saúde, serviços públicos e meios de comunicação, nos quais sua atuação tem sido tradicionalmente pequena. Ao mesmo tempo, a empresa está expandindo a presença em economias emergentes como China, Índia e Brasil.
"Achamos que existe uma oportunidade nesses países", disse Paranjpe, acrescentando que a companhia pretende investir na expansão da operação chinesa e está realizando um estudo para desenvolvimento do mercado da América Latina.
A indústria de outsourcing está sob pressão para encontrar novas formas de crescimento em meio a recessão econômica que retirou muitas das receitas correntes em mercados desenvolvidos, em decorrência da redução de custos da empresas.
Nos últimos dez anos, mais de 80% das vendas de serviços de terceirização de TI estavam concentradas nos Estados Unidos, Reino Unido e na Europa, sendo a grande maioria de serviços financeiros. Com a redução dos investimentos de TI das companhias dessas regiões, as receitas do setor ficaram menores. Tanto é que no atual trimestre que terminará em 30 de junho, a de Wipro afirmou que espera receita de US$ 1,01 bilhão, um pouco inferior ao US$ 1,02 bilhão registrado em igual período do ano passado.
"O que realmente nos prejudicou nos últimos seis a nove meses foi a sensação de crise e de pânico", disse o Paranjpe.
De acordo com recente relatório da McKinsey, o mercado de serviços de tecnologia deve triplicar até 2020, atingindo US$ 1,5 trilhão, sendo que 80% do crescimento das empresas de outsourcing virão de mercados inexplorados, geografica e industrialmente.
Para atuar nos países emergentes, entretanto, Paranjpe frisa que será necessário obter um aprendizado das necessidades desses mercados e desenvolvimento de atuação específica, com profissionais especializados para atender as especificidades destes países. Um processo que pode demorar anos, e não apenas meses", observou ele.
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