A EMC, fabricante de sistemas de armazenamento e gerenciamento de informação, pretende aumentar a participação no mercado brasileiro e, para isso, vai apostar todas as suas fichas na oferta de soluções para ambientes privados de coud computing (computação em nuvem). Somente neste ano, a empresa projeta um crescimento de dois dígitos no país sobre o faturamento de cerca de US$ 180 milhões registrado no ano passado.
Atualmente, a participação do país na receita global da companhia é de pouco mais de 1%, número que salta para mais de 40% quando analisada a representatividade do Brasil nos resultados da América Latina, que no passado foi de aproximadamente US$ 400 milhões. Em 2009, a EMC registrou receita mundial de US$ 14 bilhões e para este ano estima chegar a US$ 16 bilhões.
Segundo o vice-presidente de operações de storage da EMC para mercados emergentes Joel Schwartz, o Brasil está no foco da estratégia de negócios da EMC, sendo o segundo país mais importante entre os emergentes, superado apenas pela China. "O Brasil é muito importante para a a estratégia da EMC e temos grandes oportunidades de mercado no país", frisou o executivo, ressaltando que o Brasil tem um mercado de TI maduro com altas taxas de crescimento, fato que chama a atenção da empresa para o país.
Assim como o CEO da companhia, Joe Tucci, Schwartz avalia que o segmento financeiro brasileiro deve ser o carro-chefe na adoção de ambientes privados de cloud computing. Segundo ele, o setor de finanças sempre lidera quando o assunto é a adoção de novas tecnologias. "O segmento financeiro vai liderar os investimentos nesse movimento de computação em nuvem privada."
Em relação à disputa de mercado de armazenamento, Schwartz desafiou seus principais concorrentes, HP e IBM, e disse que elas terão de dedicar bastante esforço para defenderem sua base de clientes com a chegada da EMC com a oferta de cloud privado. O executivo diz que a EMC está à frente na disputa por ter uma solução mais robusta, com a tecnologia de virtualização da VMware e a parceria com a Cisco para redes, o que lhe dá vantagem na disputa. "A HP não tem força em soluções de rede, mesmo com a compra da 3Com, que tinha outro foco e cujas ofertas não são suficientes para o segmento de nuvens privadas. Já a IBM está direcionando seus recursos mais para as áreas de serviços e software. Nós temos uma grande parceria com a Cisco e um trunfo que é a VMware", finalizou.
*O jornalista viajou a Boston a convite da EMC.
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