Furb libera software livre para gestão pecuária de pequeno porte

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Em 2008 a Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb) recebeu do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no âmbito do Funtec, R$ 1,7 milhão para o desenvolvimento de uma solução de gestão de pecuária de corte. O projeto desenvolvido em parceria com as empresas Ideatec Soluções em Tecnologia Agroindustrial (MS) e Megaflex Tecnologia Eletrônica (SC) e destinado a grandes produtores envolveu o ciclo completo de rastreamento animal baseado na tecnologia de radiofreqüência (RFID): brincos, antenas, dispositivo de coleta de dados de manejo em campo e gestão dos mesmos em ambiente desktop da fazenda.
Na versão de gestão em grande escala o funcionamento é simples: ao passar pelo brete o número de identificação do animal que está armazenado no brinco é capturado por uma leitora de longa distância e armazenado num dispositivo de coleta (gerenciadora). "É o mesmo princípio do Sem Parar [dispositivo que permite que carros passem por pedágios sem a necessidade de parar, a partir do pagamento de uma taxa mensal], mas com uma tecnologia apropriada para rastreamento animal", explica o professor da Furb, Mauro Mattos, responsável pelo Aruana e coordenador do laboratório de desenvolvimento e transferência de tecnologia da universidade (LDTT – www.furb.br/ldtt) onde o projeto vem sendo desenvolvido.
Uma versão do livre software de gestão foi disponibilizada através do link: www.furb.br/aruana para pequenos criadores. Atualmente o sistema está hospedado nos servidores da Universidade mas está preparado para ser incorporado em portais de agronegócios e disponibilizado na nuvem. O sistema é simples e objetivo e modela em software a rotina de operação de uma estrutura de criação de corte. Estas características tem por objetivo facilitar a migração dos controles manuais (cadernos/planilhas) amplamente utilizados atualmente para um sistema onde o acesso as informações está disponível a qualquer momento – mesmo em dispositivos móveis com acesso 3g/wifi.
A intenção é permitir que pequenos criadores tenham a disposição gratuitamente uma ferramenta de gestão da operação de produção de tal forma a contribuir para a migração de uma visão de negócio como "pequeno criador" para uma visão de negócio de "pequena empresa de produção de carne".
Uma das funcionalidades do sistema é permitir que os dados de manejo, uma vez incorporadas ao sistema, possibilitem ao pecuarista comparar o rendimento de um animal em relação a curva de crescimento da raça e em relação a curva de crescimento dos demais animais do lote ou da propriedade. Outro aspecto importante é a versão web permite que os dados de coleta sejam introduzidos sem a necessidade dos brincos – desonerando aqueles criadores que ainda não migraram para a tecnologia de identificação eletrônica.
Em palestra feita nesta quarta-feira, 11, na BITS 2011 – Business IT South America, primeiro evento da CeBIT no Brasil, organizado pela Deutsche Messe em parceria com a Converge Comunicações e a Fiergs, Mattos explicou que o software "não é o primeiro, nem o único nem o melhor", mas, com certeza, é uma contribuição importante da Universidade para levar o pequeno pecuarista a um modelo de gestão de fazenda mais eficiente e automatizado.
O coordenador do Aruana conta ainda que o sistema não foi desenvolvido para ajudar a profissionalizar a pecuária brasileira. Esse movimento, segundo ele, já foi feito há muito tempo. O que foi detectada é a necessidade dos fazendeiros de conhecerem melhor seus rebanhos de uma forma prática.
O Prof. Mattos destacou também a sua alegria em encontrar em um mesmo fórum de alta tecnologia três agentes relacionados a FURB: (i) a empresa NAVITA cujo CEO é ex-aluno de graduação em Ciência da Computação da FURB, (ii) a empresa SENIOR, segunda maior empresa brasileira de software para gestão, a qual instalada ao lado do campus da FURB possui em seu grupo de colaboradores de TI muitos alunos e ex-alunos dos cursos de graduação da Universidade e (iii) a própria FURB através do LDTT apresentando uma solução de interação de Universidade/Órgão de Fomento (BNDES)/Empresas numa solução de inovação aberta (open inovation). "Aos 47 anos é a Universidade em sua plenitude no exercício do Ensino, da Pesquisa e da Extensão inovadora, requisitos que nos habilitam a pleitear a federalização, processo este que encontra-se em andamento neste momento".

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