A Siemens iniciará em setembro testes com seu equipamento WiMax em operadoras brasileiras nas freqüências de 3,5 GHz e 10,5 GHz. O foco principal são as operadoras de telefonia fixa, interessadas nessa tecnologia para ampliar sua cobertura de acesso à Internet em banda larga, explicou o diretor de carriers networks da Siemens Communications do Brasil, Alexis Facchina.
A linha WiMax da companhia foi desenvolvida pela Siemens italiana e leva o nome comercial de SkyMax. Antes de desenvolver esse produto, a fabricante já fizera alguns testes ?pré-WiMax? com a Embratel e a Brasil Telecom através de uma parceria com a israelense Alvarion em contratos para fornecimento de redes ponto-multiponto.
TV paga
A Siemens está de olho no mercado de operadoras de TV a cabo interessadas em oferecer voz sobre IP (VoiP). A fabricante já forneceu infra-estrutura de VoiP para algumas importantes empresas de TV a cabo internacionais, como a CableVision. Hoje, há mais de 500 mil assinantes de TV a cabo ao redor do mundo usando serviços de VoiP com tecnologia Siemens.
Por outro lado, a Siemens também quer ajudar as operadoras de telefonia na oferta de conteúdo televisivo. A Telemar iniciará em breve testes com a solução da Siemens de IPTV (TV transmitida por protocolo IP através de um acesso à Internet em banda larga). Vale destacar que recentemente a fabricante alemã adquiriu a empresa americana Myrio, especializada em middleware para proteção de conteúdo de TV por assinatura.
Celulares
Em seu próximo ano fiscal, que se inicia em outubro, a Siemens terá um desafio pela frente: recuperar a perda de faturamento decorrente da venda de sua unidade de aparelhos móveis para a chinesa BenQ. No Brasil, em especial, os celulares representam aproximadamente 20% da receita da companhia, que no último ano fiscal foi de aproximadamente R$ 5,9 bilhões. ?Espero que a gente consiga recuperar isso ano que vem, mas não será fácil. Vamos dar atenção especial a todas as outras áreas da empresa?, afirmou Aluízio Byrro, vice-presidente da Siemens Brasil.
A companhia ainda não sabe qual será a solução para a fabricação de seus módulos sem fio no Brasil. A unidade não foi vendida para a BenQ, mas sua produção no País é feita dentro da fábrica de celulares da Siemens em Manaus, que a partir de outubro passa para as mãos da companhia chinesa. ?Ou transferiremos a produção para a fábrica de Curitiba ou iremos terceirizar com a BenQ?, disse Byrro.
A respeito da fabricação de telefones IP no Brasil, o executivo disse que o custo do aparelho ainda é muito alto para que isso aconteça. Hoje, um telefone IP custa mais de R$ 1 mil. Pelas contas de Byrro, seria preciso que esse preço caísse entre 30% e 40% e haver uma produção de 100 a 150 mil unidades por ano para valer a pena a fabricação no País.