A fabricante chinesa de equipamentos de rede Huawei Technologies anunciou que vai intensificar os seus esforços de vendas na Europa, o que deve aumentar a pressão sobre os já incomodados rivais ocidentais.
O diretor da empresa para o mercado europeu, Zhou Ming Cheng, declarou ao jornal britânico Financial Times que a Huawei havia atingido vendas de US$ 2 bilhões na Europa no ano passado, acima dos US$ 770 milhões registrados em 2006. Ele disse que o objetivo da empresa é impulsionar ainda mais as vendas para aumentar a sua participação de mercado na região européia.
De acordo com analistas, as vendas agressivas da unidade européia estão exercendo forte pressão sobre concorrentes estabelecidos como Ericsson, Alcatel-Lucent e Nokia Siemens Networks, principalmente sobre essas duas que registraram prejuízos no ano passado, e também a Ericsson, que viu cair seu lucro líquido. "O mercado europeu é um dos maiores do mundo – muito estratégico para a empresa – por isso, vamos colocar mais investimento e acreditamos que teremos uma melhor qualidade para alcançar uma melhor posição aqui", disse Zhou Cheng.
Na avaliação do executivo, a fusão entre a Alcatel e a Lucent em 2006 e a formação da joint venture entre a Nokia e a Siemens abriram novas oportunidades de vendas para a Huawei, pois as operadoras de telefonia fixa e de celulares não quiseram ficar dependentes de um leque restrito de fornecedores de equipamentos de rede.
Segundo Zhou Cheng, nos últimos dois anos a Huawei venceu contratos de fornecimento de infra-estrutura sem fio das principais operadoras européias de telefonia móvel.
Mas, apesar de desfrutar de crescente sucesso na Europa, a Huawei tem registrado progressos limitados nos Estados Unidos. Segundo Zhou Cheng, vendas naquele país no ano passado foram de US$ 100 milhões, consideradas pequenas para os padrões daquele mercado.
O balanço da Huawei no ano passado revela que a empresa registrou receita de US$ 12,6 bilhões e lucro líquido de US$ 673,5 milhões. Isso, segundo Zhou Cheng, graças ao fato de ter adotado uma política agressiva de baixar os preços, como forma de ganhar encomendas.