Em uma entrevista concedida recentemente ao jornal americano The Wall Street Journal há um bom tempo atrás, Steve Jobs, fundador e presidente da Apple, afirmou que não espera fazer muito dinheiro com a loja virtual iTunes. Nesse caso, ele se referia ao novo negócio de venda de aplicativos para o iPhone, que, segundo ele, vendeu US$ 30 milhões em programas no primeiro mês. Um total de 60 milhões de programas tinham sido baixados, a maioria deles livres, acrescentou Jobs.
De acordo com ele, como a Apple fica apenas 30% do preço de venda de cada programa, repassando os restantes 70% para a desenvolvedora, a empresa não tem muito lucro direto. Ao contrário, segundo ele, o que faz a Apple tornar mais atraente o hardware.
"Os telefones hoje são diferenciados pelo tipo de antena, incorporação de rádio e outras coisas", disse Jobs. "Achamos que, daqui para frente, o telefone do futuro, será diferenciado por software."
De fato, segundo os analistas, o aparecimento de softwares úteis e criativos coloca o iPhone em uma classe completamente diferente em relação a qualquer outro telefone celular. Ouvidos pelo jornal New York Times, eles disseram acreditar, por isso, que os "downplays" são um bom negócio para a loja iTunes.
Segundo eles, o iTunes tem margens melhores do que as boas empresas de comércio eletrônico; não tem custos de comercialização e é construído com base em audiência. Calcula que as vendas do iTunes hoje girem em torno de US$ 3 bilhões por ano, e que um novo US$ 1 bilhão em negócios esteja a caminho com o iPhone.
Embora a Apple não quebre as vendas do Tunes, mesmo assim é possível ter uma idéia o tamanho de cada negócio, considerando que o segmento de música, que inclui a loja iTunes e as vendas de acessórios para o iPod, tiveram vendas de US $ 2,5 bilhões em 2007, e de US$ 1,7 bilhão somente no primeiro semestre deste ano.
A Apple também periodicamente anuncia que vendeu mais 1 bilhão de canções. Em janeiro, por exemplo, ela divulgou que atingiu a marca de 4 bilhões de músicas vendidas, apenas cinco meses e meio depois de ter ostentado vendas de 3 bilhões de músicas. Cinco meses mais tarde, a empresa anunciou o quinto bilhão de downloads. A Apple também é a maior varejista de música dos Estados Unidos, superando a rede de hipermercados Wal-Mart. Os números são eloqüentes: ela diz possuir 50 milhões de clientes, com um total com vendas ou aluguel de 50 mil filmes por dia (um ritmo de 1,8 milhão em um ano, ainda pequena, em comparação com música).