O Twitter recebeu intimação para que abra os dados de um usuário da rede de microblogs responsável por articular os protestos contra o mercado de capitais no ano passado, o chamado Occupy Wall Street. Caso mantenha a posição de não atender o pedido, o microblog está sujeito a uma multa baseada nas declarações de rendimentos dos últimos dois trimestres.
O juiz da Corte Suprema do Estado de Nova York, Matthew Sciarrino Jr., deu até a próxima sexta-feira, 14, como limite para receber as informações. De acordo com a Bloomberg, ele será o responsável por avaliar o valor de uma penalidade. Sciarrino já havia solicitado formalmente à companhia mostrar motivos válidos por não colaborar com a corte ao recusar a dar dados sobre as algumas publicações de um usuário, Malcolm Harris, preso em outubro com outros 700 manifestantes em uma passeata na ponte do Brooklyn.
O Twitter teve a apelação negada na última sexta-feira, 7, na qual pedia a manutenção do sigilo dos logs do usuário. As mensagens foram apagadas e não estão mais disponíveis online. “Já que não posso colocar o passarinho azul do Twitter na cadeia, a única maneira de puni-los é monetária”, afirmou o juiz, fazendo referência ao logotipo do microblog.
A briga se estende porque o usuário fundamentou sua defesa no argumento de que a polícia nova-iorquina agiu de má-fé na ocasião de sua prisão, o que fez ele e os outros detidos a acreditar que a ação organizada estava autorizada pelas autoridades. A promotoria, por sua vez, alega o contrário, e as mensagens deixadas por Harris no seu perfil no Twitter seriam a prova de que o cidadão estava ciente de liderar uma passeata ilegal sobre a ponte Brooklyn.